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“Hoje
É o seu aniversário
E sinto-me
Envelhecer
E esquecer
Quando foi mesmo
Que sorriu
Pela primeira vez
E pela primeira vez
Deu um passo
E depois outro
Até virar um adulto
Feito
Serei
Uma adulta
Feita
Após
Vinte e oito anos?
Em novembro
Cinquenta?
E a vida já
Se acabou
Ou nem começou
Ainda
Quando mexe
Os seus dedinhos
Dormindo
No fundo do berço”
(“Para quando os filhos nascem”, Patricia Gonçalves Tenório, 13/04/2019, 16h43)
Obs: Patricia Gonçalves Tenório (Recife/PE, 1969) escreve prosa e poesia desde 2004. Tem onze livros publicados, com premiações no Brasil e no exterior, entre elas Melhor Romance Estrangeiro por As joaninhas não mentem (em outubro, 2008) e Primo Premio Assoluto por A menina do olho verde (em outubro, 2017), ambos pela Accademia Internazionale Il Convivio, Itália); Prêmio Vânia Souto Carvalho (2012) da Academia Pernambucana de Letras (PE) por Como se Ícaro falasse, e Prêmio Marly Mota (2013) da União Brasileira dos Escritores – RJ pelo conjunto da obra. Mestre em Teoria da Literatura (2015, UFPE) e doutora em Escrita Criativa (2018, PUCRS).