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O Pe. M. Teixeira-Leite Penido, nos anos ’50, brindou a teologia brasileira com notáveis obras de profunda reflexão teológica, algumas escritas originariamente em francês e depois traduzidas por outros teólogos para nosso idioma. Entre essas, avulta a “Iniciação Teológica” em dois volumes: “O mistério da Igreja” e “O mistério dos Sacramentos”. Dessa última, vou servir-me aqui para algumas considerações, evidentemente limitadas pelo caráter de um artigo jornalístico, sobre o Sacramento da Crisma, aqui chamado o Sacramento do Testemunho cristão.

Nos Atos dos Apóstolos já encontramos um rito distinto do Batismo que, pela imposição das mãos dos Apóstolos, dava o Espírito Santo aos batizados da Samaria e de Éfeso, tornando-os testemunhas de Cristo.

Em meu apostolado episcopal em Sergipe, no Piauí, em Alagoas e agora um pouco aqui no Recife, sempre lembrei aos crismandos, jovens ou adultos, que eles haviam sido batizados na primeira infância, por decisão de seus país ou parentes, mas agora iam receber a plenitude dos dons do Espírito Santo e se tornarem testemunhas do Cristo e da fé católica, na escola, no lar, na convivência de parentesco e de amizade, por decisão livre, pessoal e consciente.

 A matéria do Sacramento da Crisma, como se chama em teologia, é o óleo de oliveira, a que se junta o bálsamo aromático, consagrados na Quinta-Feira Santa, pelo Bispo que, possuindo a plenitude do sacerdócio, é também ministro da Crisma, perfeição do Batismo.

 A Crisma, lembra o Pe. Penido, confere uma plenitude espiritual, que completa o Batismo. Este apaga os pecados e dá a graça primeira. A Confirmação plenifica a obra batismal e faz o Espírito Santo habitar no crismado, dando-lhe a maturidade cristã, com o compromisso de viver a fé, que recebera no Batismo. A Confirmação é o sacramento do valor cristão, que confere o dom da fortaleza, outorgado pelo Espírito Santo, e que vem aperfeiçoar a virtude da fortaleza cristã.

A confissão da fé, explica nosso teólogo, é o testemunho público, que o crismado assume diante do mundo de ser discípulo de Cristo. Testemunhar a fé diante do mundo é vencer o respeito humano pela força do sacramento da Confirmação.

Concluamos com o Pe. Penido: O testemunho cotidiano do crismado consiste em ser apóstolo, pela irradiação de sua fé cristã, trescalando o “bom odor de Cristo”. Nada mais “contagioso” do que a santidade…

Obs: O autor é arcebispo emérito de Maceió.