Angela Borges 1 de maio de 2019

Enquanto lá fora, a vida se agita, carros que vão e vêm, pernas que passam e se cruzam, ela permanece imóvel no leito.

Em seu quarto, de corpo já bem franzino, castigado pela doença, Luiza repousa em seu leito.

Repousa? Não sei se é bem este o verbo apropriado? Repousar cheia de dores e desconfortos? Repousar quando a mente tem consciência da gravidade da doença?

Mas, o incrível é que LUIZA transparece uma paz interior a todos os que dela se aproximam! Uma paz que já até a incomodar….

No leito, Luiza dorme, acorda, come e segue a vida.

No leito, Luiza não interage nem se apercebe que as eleições estão por acontecer.

Meramente, encontra-se no leito. Essa é a realidade única para ela.

Sem futuro, sem grandes chances de ressuscitar para a vida.

As pessoas chegam e se vão. Umas a beijam, outras a olham sem mesmo esboçarem qualquer sentimento. Humanidade mesclada…

Sempre Luiza no leito. Entregue à vontade divina …

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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