Enquanto lá fora, a vida se agita, carros que vão e vêm, pernas que passam e se cruzam, ela permanece imóvel no leito.
Em seu quarto, de corpo já bem franzino, castigado pela doença, Luiza repousa em seu leito.
Repousa? Não sei se é bem este o verbo apropriado? Repousar cheia de dores e desconfortos? Repousar quando a mente tem consciência da gravidade da doença?
Mas, o incrível é que LUIZA transparece uma paz interior a todos os que dela se aproximam! Uma paz que já até a incomodar….
No leito, Luiza dorme, acorda, come e segue a vida.
No leito, Luiza não interage nem se apercebe que as eleições estão por acontecer.
Meramente, encontra-se no leito. Essa é a realidade única para ela.
Sem futuro, sem grandes chances de ressuscitar para a vida.
As pessoas chegam e se vão. Umas a beijam, outras a olham sem mesmo esboçarem qualquer sentimento. Humanidade mesclada…
Sempre Luiza no leito. Entregue à vontade divina …