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Com o Domingo de Ramos, iniciamos a Semana Santa. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém marca o fim daquilo que Jerusalém representava para o Antigo Testamento e assinala o início da nova Jerusalém, a Igreja, que se estenderá por todo o mundo como sinal universal da futura redenção.
A morte de Jesus deve ser entendida no contexto daquilo que foi sua vida. Desde cedo, Jesus percebeu que o Pai o chamava a uma missão: anunciar a Boa Nova aos pobres e por em liberdade os oprimidos. Para concretizar este projeto, Jesus passou pelos caminhos da Palestina fazendo o bem e anunciando um mundo novo de vida, liberdade, paz e amor para todos. Ensinou que Deus era amor, não excluía ninguém, nem os pecadores. Ensinou que os pobres e marginalizados eram os preferidos de Deus. Avisou os ricos e poderosos de que o egoísmo e o orgulho só podiam conduzir à morte.
Este projeto libertador de Jesus entrou em choque com as autoridades que não estavam dispostas a renunciar poder, influência, domínio, privilégio e, por isso, se sentiram incomodadas com as denuncias. “Por isso prenderam Jesus, julgaram- no, condenaram-no e pregaram-no na cruz. A morte de Jesus é a consequência do anúncio do Reino que provocou tensões e resistências.
Contemplar a Paixão e Morte do Senhor é perceber a presença de um Deus a quem o amor tornou frágil. “Por amor, ele veio ao nosso encontro, assumiu os nossos limites, experimentou a fome, o sono, o cansaço, conheceu a mordedura das tentações, tremeu perante a morte, suou sangue antes de aceitar a vontade do Pai e, estendido no chão, esmagado contra a terra, traído, abandonado, incompreendido, continuou a amar.
Para viver este amor, elenco algumas ações concretas, tais como: assumir a mesma atitude de amor, entrega e solidarizar-se com os que continuam sendo crucificados; denunciar tudo o que gera ódio, divisão, medo; evitar que os homens continuem a crucificar outros homens e aprender, com Jesus, a entregar a vida pelo mesmo amor.
E, desejo que o grito de alegria deste domingo de ramos, não se converta no “crucifica-o” da sexta- feira santa, incentivo a caminharem rumo a Páscoa com amor.
Obs: Na cidade de Crato centenas de fiéis participaram da celebração do Domingo de Ramos, dia 14 de abril. A missa, que foi presidida por dom Gilberto Pastana, teve início no Santuário Eucarístico Diocesano, ao fim da tarde, de onde saiu a procissão, sendo concluída na Catedral Nossa Senhora da Penha.
Ao fim da missa todos foram convidados a levarem os ramos, erguidos durante a celebração, para casa, mas não como amuletos de sorte e, sim, como algo sagrado que simboliza o compromisso assumido com Jesus no caminho rumo ao Pai.
O autor é Bispo Diocesano de Crato.