1 de maio de 2019
O menino, caminho de lembranças,
Bate a bola do mundo pela rua;
Traz cafezais nos bolsos, traz a lua,
E não encontra mais outras crianças!
Indagadas esquinas de águas mansas,
Do espectro dos sobrados, da falua,
Dos fastos que se foram, da alma nua
Que se vestia outrora de esperança.
O neto se disfarça em seus avós,
Retrato de memórias redivivas
E cantochão dos que ficaram sós.
Um menino entardece em suas fugas:
Que mãos o aprisionaram, tão esquivas,
Pássaro-tempo no alçapão das rugas!
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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