Cynthia Lopes 15 de maio de 2019

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Segundo Renato Nunes Bittencourt em seu artigo Os Sem Lugar da Humanidade, na Revista Filosofia Ciência e Vida, nº 142, Ano X de setembro de 2018: Uma das pautas mais urgentes da filosofia política em sua imprescindível concretude é a questão dos imigrantes e refugiados (…).

Diante da extraordinária e assustadora leva de hondurenhos em marcha para os EUA que assistimos recentemente e, a reação absurda e temerária de Trump, a miséria e tragédia dessas populações, se faz fundamental e urgente esta discussão.

A discussão de quem somos. Somos uma única raça ou somos várias tribos divididas por fronteiras “artificiais” e geopoliticamente traçadas? Somos mesmo  todos da raça humana apenas e, como tais, com direitos fundamentais garantidos? Quem queremos ser?

Massas se deslocam pelo mundo fugindo de guerras, da miséria extrema em que vivem em seus países de nascença, de pandemias, da violência e da falta absoluta de perspectiva em todos os sentidos. Se deslocam de seus locais de pertencimento, de história e de cultura para o desconhecido buscando sobrevivência, buscando subsistência e reconstrução de suas vidas destruídas. Famílias inteiras perdem suas raízes, sua identidade em busca de alguma paz e alento para suas necessidades básicas. E o que encontram em outras terras?

A primeira coisa que temos que ter em mente para lidar com estas questões é: estamos lidando com seres humanos como nós! Então este é um problema “humanitário”.

Não se trata de fechar os olhos e dizer: Que se danem! Que o país vizinho resolva este problema, nós já temos os nossos.

Este é um problema que deve ser enfrentado por todos nós, pois se trata do ser humano cuidando de outros seres humanos.

Imigrantes e refugiados pelo mundo são o resultado do mundo que criamos. Neste mundo globalizado e tecnológico em que vivemos, não adianta dizer que não temos nada a ver com isso, é como se o mundo todo fosse uma coisa só. As guerras na Síria nos afetam sim! Sinto lhe dizer. Afetam toda a economia mundial, afetam a política mundial e tem efeitos diretos sobre a economia e a política de todos os países. Você não acredita? Existe um tal de G8 que determina a economia no mundo, tarifas de importação e exportação etc, que nem sabemos como funciona totalmente, mas entendemos que existe e regula a economia mundial.

Não adianta o Trump gritar que no meio dos hondurenhos pobres e maltrapilhos há “terroristas muçulmanos infiltrados”, as levas de refugiados continuarão chegando.

Não adianta ver o desconhecido com medo e pânico: dê nome aos imigrantes e refugiados. Isso, pergunte seus nomes, saiba da sua história porque saíram do seu lar, dos seus países, onde falavam sua língua, usavam um tipo de roupa, comiam um tipo de comida e tiveram que abandonar tudo para se aventurar num lugar muitas vezes hostil e diferente do que eles estavam acostumados. Muitas vezes enfrentar o ódio em vez do acolhimento das pessoas.

Em um mundo onde, ao que parece, o ódio está mais presente que o amor e o preconceito parece muito mais próximo de nós que o acolhimento, é muito provável que perdure a imigração de levas maiores de pessoas para outros países. Que as diásporas se consolidem nestes tristes tempos em que vivemos. E teremos que olhar para isso com olhos solidários e humanos e não com preconceito e egoísmo.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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