Djanira Silva 1 de abril de 2019

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Como castigo pela desobediência recebemos a inteligência, atributo que nos permite criar, transformar e destruir. Se o mundo fosse mais simples as desgraças seriam menores. Quanto mais evoluímos mais nos complicamos. Da era da pedra lascada para cá muita coisa mudou. Com a descoberta do fogo, da roda, da pecuária e da agricultura o homem se descobriu possuidor de uma força criativa que tomou conta do mundo a ponto de, em alguns casos se tornar maior do que o próprio inventor. Haja vista a descoberta do fogo e da eletricidade, elementos que possuem um poder, algumas vezes, incontrolável. Tudo quanto o homem cria se transforma em vida e morte.

 Se descobriu as vacinas que salvam vidas, também construiu a bomba atômica com poder de destruição pior do que o das epidemias. Não há como entender o raciocínio humano nem imaginar o que ainda está por acontecer…

Na antiguidade, precisamente na Grécia antiga, quando Tales de Mileto fazendo experiências com pele de carneiro e âmbar, percebeu que do atrito surgia uma força que atraía pedaços de palha, havia, empiricamente, descoberto a eletricidade. O nome eléktron significa âmbar em grego.

As experiência não terminaram por aí, Galvani e Benjamim Franklin deram continuidade às pesquisas sobre descargas elétrica.

E, assim, cada vez mais, nos vemos cercados de uma tecnologia da qual bem pouca gente conhece a origem, nem como se processa, nem os perigos e os benefícios que representa. Antigamente o rádio era a grande novidade. A princípio dependia da eletricidade e logo depois da descoberta de Alessandro Volta, as pilhas. Elas também fazem bater no peito um coracão preguiçoso que precisa de estímulos para “marcar o passo” cadenciado que lhe dá a energia necessária. De descoberta em descoberta, o mundo deu uma passada mais larga e nos vimos diante das imagens da televisão, da comodidade do telefone sem fio, da praticidade do celular. O computador foi criado à nossa imagem e semelhança. Funciona como um cérebro melhor do que o nosso. Atento professor corrige erros como se estivéssemos numa sala de aula.

E aí, está o mundo. Cheio de modernidades. Para a morte, nenhuma solução. Para a vida, as complicações da inteligência que não nos livra do destino igualzinho ao dos racionais.

Obs: Texto retirado do livro da autora – Doido é quem tem Juízo

A autora é poetisa, escritora contista, cronista, ensaísta brasileira.

Faz parte da Academia de Artes e Letras de Pernambuco, Academia de Letras e Artes do Nordeste, Academia Recifense de Letras, Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda, Academia Pesqueirense de Letras e Artes , União Brasileira de Escritores – UBE – Seção Pernambuco
Autora dos livros: Em ponto morto (1980); A magia da serra (1996); Maldição do serviço doméstico e outras maldições (1998); A grande saga audaliana (1998); Olho do girassol (1999); Reescrevendo contos de fadas (2001); Memórias do vento (2003); Pecados de areia (2005); Deixe de ser besta (2006); A morte cega (2009). Doido é quem tem Juízo (2012); Saudade presa (2014); O Sorriso da Borboleta (2018)
Recebeu vários prêmios, entre os quais:

Prêmio Gervasio Fioravanti, da Academia Pernambucana de Letras, 1979
Prêmio Leda Carvalho, da Academia Pernambucana de Letras, 1981
Menção honrosa da Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1990
Prêmio Antônio de Brito Alves da Academia Pernambucana de Letras, 1998 e 1999 
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2000
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2010
Prêmio Edmir Domingues da Academia Pernambucana de Letras, 2014

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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