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Mais uma semana se foi, durante os sete dias  muita coisa aconteceu, umas positivas e outras bem negativas. Precisamos encarar umas e outras para tomarmos consciência de nossos direitos e exigir justiça. O governo federal está forçando a barra para prejudicar os trabalhadores e os pobres de todo o país. Querendo aprovar a perversa reforma da previdência e vendo os deputados receosos de perder confiança de seus eleitores, o presidente resolveu comprar votos dos indecisos. O empresário ministro da economia, Paulo Guedes chantageia os deputados para  violar direitos adquiridos dos trabalhadores mudando a constituição federal. Assim eles querem abolir garantias e o direito à aposentadoria, tanto de trabalhadores urbanos como dos rurais, de professores e das mulheres. Essa é a notícia mais triste da semana.

Agora vamos refletir sobre o acontecimento bem positivo. Na sexta e sábado, o Conselho diocesano de Pastoral da Igreja Católica esteve reunido no centro Emaús. 86 líderes pastorais, entre padres, freiras e leigos e leigas avaliaram a caminhada das comunidades cristãs, nesta quaresma. Destaco os debates que tiveram sobre o tema da Campanha da Fraternidade e sobre a preparação ao sínodo para a Amazônia. Este acontecerá em outubro, em Roma, mas cuja preparação é pra ser feita em todas as comunidades da Pan Amazônia. Embora muitas comunidades deixaram de levantar as questões de evangelização  necessária para nossa Amazônia, vários grupos fizeram estudo. Apresentaram questões e já foi enviado um relatório a Roma, e que devem ser material para debate e reflexão dos bispos do sínodo.

Os participantes  do Conselho Diocesano foram questionados sobre o quanto debateram e  aprofundaram o assunto da Campanha da Fraternidade, cujo tema é: Fraternidade e Políticas públicas. Primeiro é necessário que todos os cristãos entendam o que significa lutar por políticas públicas. Sabendo que para muitas pessoas a palavra política, é rejeitada por pensarem nas baboseiras dos políticos, no entanto, política pública é outra coisa, tão carente em muitos lugares. Todas as necessidades para uma boa vida coletiva deve ser uma política pública, dever dos governantes garantirem. Para isso, são cobrados tantos impostos dos cidadãos/ãs. Assistência à  saúde, escolas de qualidade, água encanada, segurança, entre outras.  Durante o encontro do Conselho diocesano forma dados dois exemplos bem visíveis de falta de políticas públicas em Santarém. Na cidade  a falta de saneamento básico é uma. Há duas estações de tratamento de esgotos. Muito recurso foi liberado mas as duas estações estão inacabadas e os esgotos da cidade são feitos a céu aberto, ou lançados no lago do Mapiri, nos igarapés e nos rios em frente da cidade. São mais de trinta associações de moradores na cidade, mas ninguém reclama.

No planalto santareno, seguindo a rodovia Curuauna há dezenas de comunidades, a cada dia aumenta o tráfego de motos, carros e carretas, mas não há acostamento e via de pedestres. Vários acidentes já aconteceram, inclusive mortes. Mas os moradores não lutam pela política pública de segurança dos pedestres. O lema da Campanha da Fraternidade expressa que “serás libertado pelo direito e a justiça”. Sem luta popular os políticos hoje não se importam por construir políticas públicas. Daí a importância de cidadãos e cristãos  pressionarem os governantes. Sem pressão não há solução, é o que propõe a Campanha da fraternidade. A esperança é que os padres, freiras e  lideranças leigas ao voltarem após esse encontro, primeiro expliquem a seu povo como aproveitaram a reunião do Conselho diocesano e como vão construir o bem viver exigindo políticas públicas em sua comunidade.

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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