[email protected]

Domingo da pecadora, do pecado e do perdão
João 8,1-11

“Quem dentre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra!” Essa resposta de Jesus que, com certeza, “pega na curva” escribas e fariseus de ontem e de hoje, prepara o lance seguinte: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? – Ninguém, Senhor!… – Eu também não te condeno. Vai e, de agora em diante, não peques mais!” . Embora relatado por João, tem todo o jeito das coisas que Lucas narra. Talvez por isso, tenha sido escolhido para este 5º Domingo do Ano C, ou seja, de Lucas.

Vale como convite geral ao “desarmamento”. Vale, sobretudo, como apelo à confiança na misericórdia de Deus, que precisaria, porém, inspirar todas as atitudes das pessoas na convivência cotidiana em família, em comunidade, em sociedade. Não se trata, simplesmente, de “tirar por menos”, nem de “deixar como está”… Mas, certamente, de dar uma chance, de abrir um caminho de esperança para quem se sente no “fundo do poço” e acha que “não tem mais jeito”. Trata-se, enfim, de criar oportunidade e abrir espaços, sobretudo, quando se trata de JUVENTUDE! Muito especialmente, daquela gente jovem, de muitas maneiras, rotulada, marginalizada, entregue à própria sorte. Por sinal, um papa, “Francisco”, tudo indica, veio para conduzir toda a Igreja Cristã por estes caminhos. E a Páscoa, que se aproxima, se desenha como “passagem” da Misericórdia Divina no meio dos que perderam a esperança do perdão e da vida em plenitude.

 Neste momento de comunhão, reflitamos…

Num mundo em que se acirram os preconceitos e os ódios, a Justiça para ser justiça, começa pela Misericórdia. É isso o que Jesus nos quis fazer entender, domingo passado, com a Parábola do Pai Misericordioso, e hoje, com este episódio da Mulher adúltera, prestes a ser apedrejada, de quem Jesus toma a defesa. De repente, tem tudo a ver com “políticas públicas”: Quem defende que “bandido bom é bandido morto”, provavelmente, nunca se perguntou por que alguém se tornou bandido, ou então, nem queira se perguntar, porque, talvez, tenha alguma responsabilidade nessa história e não queira assumir…

Ontem, para a Mulher adúltera, a pressa era de apedrejá-la. Hoje, para quem está na marginalidade, se planeja “o pacote anticrime”.

E assim, para cada marginal há um “fariseu” na esquina… Para cada prostituta ou adúltera, um “ancião”, um machista, um feminicida, apontando o dedo ou arma.

Obs: Reginaldo Veloso de Araújo é Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Morro da Conceição e Adjacências, Recife-PE.
Compositor litúrgico, com diversos CDs gravados pela COMEP/Paulinas e pela PAULUS
Assistente adjunto do Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC-NE2
Assessor pedagógico do Movimento de Adolescente e crianças – MAC e do PROAC
Membro da Equipe de Reflexão sobre Música Litúrgica do Setor de Liturgia da CNBB
Mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana – PUG (Roma, 1962)
Mestrado em História da Igreja, pela PUG (Roma, 1965)       

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]