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Paris! Paris e a estacão das flores!  A cidade renasce do frio inverno e se abre qual uma rosa! Os parques e jardins tem o suave perfume que exalam das jovens mulheres quais fêmeas no cio! Elas florescem para o amor e a vida. Por isso esse ar de pecado inocente no ar. É nessa época do  ano que gosto de visita-la! Cheguei no alvorecer da manhã. Sempre o mesmo hotel que me oferece de bandeja a velha dama de ferro,  que igual a mim, resiste às intempéries do tempo. Somos duas amantes insaciáveis da vida e do amor! Temos o gosto e o cheiro do pecado. Ao entrar no apartamento vislumbro o olhar sobre o clássico e elegante bom gosto francês! A mesa posta com a tradicional viúva alegre no balde! Ela também é  Paris! Depressa corro a janela, escancaro as cortinas e deixo-me  deslumbrar com a vista! A brisa doce e suave da manhã lambe o meu rosto. Tudo em mim se acende. Ali mesmo faço o ritual das bacantes. Jogo toda a roupa pro ar e me deixo acariciar pelo sol e o vento frio da Primavera! Tal qual o amado, eles me levam ao Nirvana. Com a taça na mão faço o primeiro brinde do dia à ti, cidade mágica e amorosa! Sem pressa nem compromisso,  misturo o líquido dourado com os vermelhos e sensuais morangos! Estou em êxtase! Embriagada de saudades e dos sonhos passados, vou para o ritual do banho. As espumas perfumadas são um convite ao prazer sensorial. Enrolo uma toalha nos cabelos e mergulho no abismo de águas mornas. Deixo-me massagear docemente. O toque artificial, claro,  jamais substituirá o real! Nunca! mas ajuda a relaxar. Lentamente,  com a bucha macia vou tocando as zonas erógenas do meu cansado corpo, numa tentativa de reativar a fêmea adormecida. O ritual é longo mas vale a pena. Quando visto o felpudo roupão,  sou outra mulher. Estou aquecida por dentro e por fora. Um toque na porta me faz lembrar que pedi uma massagista. Atendo e qual o meu espanto quando à minha frente vejo um belo exemplar de homem,  com pele e olhos cor de azeitona. Olhando-me dentro dos olhos apenas diz: estou às ordens Madame! Um tanto ruborizada, aguardo que ele se prepare e espero. Delicadamente tira o meu roupão e me ajuda a subir na cama improvisada. A partir dai, mãos macias percorrem o meu corpo de cima a baixo. Estática,  prendo a respiração e de olhos fechados me concentro na música suave.  As minhas narinas fremem com perfume forte dos incensos. Estou em alfa. Sem nenhum pudor deixo que ele me exponha de frente e comece o doce trabalho nas auréolas dos meus seios e vá descendo por todo o corpo. Devo estar corada até a alma. Geralmente esse ritual é sempre com uma massagista. O silêncio é sepulcral. Afora a música,  só a nossa respiração é sentida. Acredito que o tempo previsto tenha sido extrapolado,  quando ouvi a voz suave perguntar, posso beijar-lhe os pés, madame? Ainda em pleno torpor disse sim! A sensação daqueles finos lábios nos meus pés me deixou louca de prazer. A língua corria de cima a baixo!  Quando me levantei,  ele me ofereceu um chá e de mãos postas saiu agradecendo! Acordei com o insistente toque do telefone e ainda sonolenta ouvi uma voz quente e forte dizer: Minha querida. Vamos jantar no céu e dormir sob as estrelas. Espero por ti no terraço do nosso hotel. Terás uma grande surpresa. Olhei o relógio e vi que estava em cima da hora. Joguei sobre o corpo coberto de óleo um caftan branco, bordado com pequenas e coloridas flores do campo. No táxi, as minhas entranhas ardiam de desejo. Um desejo real e necessário ao corpo e a alma. No elevador estava ansiosa. La em cima, saboreando o doce néctar e com  a lua e as estrelas por testemunhas, nos embriagamos de amor! Dizer que a primeira noite de Primavera sob o céu de Paris e coberta pelo homem amado foi a melhor de todas que tive na vida é uma grande verdade!  Finalmente viver é isso. Mesclar sonhos e fantasias!  03/019

Obs: Imagem enviada pela autora.