Lou Vilela 15 de março de 2019

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Portanto, na vida assim refaço-me:
escrevo sob as brumas o meu cansaço,
alinho pensamento aos braços meus,
há dias de olvido – sabe Deus!

As mãos que ora(m) se enlaçam
traduzem, à Midas, os percalços,
poiesis em laudas – sol maior,
matéria transformada em rigor:

Cheiro de cancro vira pó,
reluz no mar a areia fina
de tantos, compõe-se uma mina.

Paciente, amparo-me no infinito.
Daí o meu jogo preferido:
poetizar o que me afoga.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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