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Lembro-me como se fosse ontem. Década de 90. A escola: União Libertadora (imbricada no coração do Santarenzinho). Estrutura de madeira antiga (caindo literalmente aos pedaços). Quando chovia as salas transformavam-se em cachoeiras. Era frequente o apelo da diretora para coleta da compra do gás, e não somente este como também o arroz, feijão, a mistura, cheiro verde, couve, óleo… a cesta completa. Na sextas feiras era corriqueira a invasão da escola por guangues para “pegar” alunos marginais. E em meio a todo esse caos educacional eramos postos ao sol da 1:30 da tarde, enfileirados, na parte de baixo da escadaria principal da direção, a cantarmos diariamente o Hino Nacional. Não me lembro qual fora o propósito pedagógico daquela atividade. Também não lembro se a mesma tinha caráter cívico de respeito (porque na escola escola o que mais se tinha era desrespeito com o professor). Só me lembro era daquele sol escaldante na terra de chão batido ardente. E da correria que era, após a execução, a disputa por cadeiras (lembro-me que assisti algumas aulas em pé por falta de cadeira e também por ser muito lento na corrida).
Terminei os estudos por lá. Fui pra 5 série na escola Almirante Soares Dutra. Lá nunca precisei assistir aula em pé (e nem os meus colegas), embora não existisse o ritual do hino nacional.
Obs: O autor é poeta e fotógrafo amador. Trabalha na UFOPA / campus de Óbidos.