
(com mote de Paulo Aires Marinho)
Apontar o traço, a palavra,
mesmo que ela já nada signifique,
depois de perder seu sentido
nos coisismos coisificantes desse mundo bárbaro.
Apontar o traço, a palavra,
mesmo que ela já nada consiga revelar,
após se despalavrar tanto
nesse oceano de gentes prenhes de medos e ganâncias.
Apontar o traço, a palavra,
mesmo que ela já esteja morta e enterrada,
acossada e maltratada que foi – e continua –
pelos senhores da guerra.
Apontar o traço, a palavra,
apesar desse urro surdo
a que chamamos realidade virtual.
Apontar o traço, a palavra,
porque se o signo e o som já se encontram vazios,
é só no humano verbo que poderemos renascer.
ronteixeira@bol.com.br
http://ronaldo.teixeira.zip.net/
http://lounge.obviousmag.org/espantalho_lirico/
Obs: O autor é Jornalista e Gestor Cultural