De tempos em tempos, vivemos a nulidade óbvia da unanimidade. Onde todas as certezas se convergem. E sendo assim, nestes obscuros momentos, a astúcia do critério da análise das características ocultas, jaz sepultada por densa e vasta camada de artifícios.
Consegue-se perceber com a sutileza na observação, o surgimento deste corpo amorfo nas estruturas do pensamento internacional, após lacunas provocadas por incompetência política e social. Abandona-se nestas ocasiões a saudável disputa de idéias e métodos, entre as várias corretes de pensamento.
O saudável equilíbrio é descartado. Não há mais discussões. A convicção magnânima reina absoluta. E assim a coisa distribui suas raízes. Cerceando vontades aqui, manipulando desejos lá. Insuflando vaidades mais a frente. Aproveitando-se de fragilidades latentes sempre. Dividindo e se for preciso fomentando o ódio entre as diferenças.
Como qualquer criatura viva, para sobreviver este ser, presente no universo do pensamento humano, não hesita em provocar sofrimento se assim for preciso. Paulatinamente ela está voltando. A coisa propriamente dita já nos abraça, está presente de forma tênue ou açodada, no discurso de vários estadistas. Ou pretendentes a tal.
Espero que agora, nestes nossos dias, já tenhamos discernimento para notar esse movimento que levou a humanidade ao abismo algumas vezes no passado. Em uma assembléia democrática não há assento para deuses.