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Os professores e professoras da educação básica de nossa cidade, estado e país passam diariamente por muitas dificuldades para cumprirem com sua função de educar, em tempos ligeiros, complexos e cheios de incertezas.

Como educador, definido como o professor que acredita no poder do amor, percebi que não faz sentido simplesmente reclamar dos educandos e educandas com os quais trabalho diariamente. Reclamo, com muita razão, da falta de estrutura e apoio que as redes de ensino não oferecem em nossas escolas. Da falta do reconhecimento do meu trabalho e pela autonomia dos professores em suas salas de aula.

Moro num país que ainda não reconheceu a educação como um valor, mas que ainda considera a mesma um gasto e, na melhor hipótese, um investimento sempre muito alto e que nosso país não tem condições de arcar.

 Sonho e luto muito para que a educação seja prioridade, que as escolas sejam de qualidade e que o trabalho dos educadores seja reconhecido por toda sociedade. Mas, cotidianamente, tenho que arregaçar as mangas, os meus pensamentos e as minhas forças criativas para realizar o melhor trabalho como professor, sem descuidar da minha responsabilidade de lutar por melhores condições de trabalho do professor e da aprendizagem dos educandos e educandas. E de me somar com as forças de toda comunidade escolar, sobretudo dos pais dos estudantes e das organizações vivas do entorno de nossas escolas para que nossa educação tenha como rumo a qualidade social.

O direito de aprender de nossos educandos e educandas precisa ser exercido com muita responsabilidade em nossas escolas, propiciando aos mesmos os conteúdos, habilidades e atitudes historicamente construídas e acumuladas. O direito à participação, através da opinião, de consultas e de tomada de decisões deve ser exercido permanentemente com eles. O direito à convivência saudável, organizada coletivamente no ambiente escolar, propicia aos adolescentes e jovens oportunidades únicas para o exercício de sujeitos sociais e interdependentes.

Nossas escolas devem ser lugares de “vivência de direitos” e de cidadania, onde pudessem ser praticados valores como a solidariedade, os direitos humanos, o respeito às diversidades culturais, religiosas e étnicas, a camaradagem, a promoção da dignidade humana. Não podemos esquecer que a escola é para muitos jovens brasileiros o único lugar de reconhecimento social e representa, para a maioria deles, a grande oportunidade de humanização.

Que em 2019, renovemos o nosso ideal de uma educação pública, de qualidade social. Qualidade social acontece quando a escola tem resultados e processos importantes para todos os sujeitos que nela se envolvem. Qualidade social na educação é sinônimo de uma escola de gente feliz, e que se realiza acreditando que o conhecimento humaniza, sempre nos torna seres humanos melhores.

Obs: O autor é professor, escritor e ativista em direitos humanos, desde Passo Fundo, RS

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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