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Os militares do governo federal estão esquecendo que comprar guerra com a Igreja católica é confrontar-se com  64 por cento de brasileiros que professam ligação com esta instituição tomam partido. Durante a ditadura militar de 1964 a 85 os militares perderam a aliança com a conferência nacional dos bispos do Brasil, ao prenderem um bispo e soltarem na estrada despido e pintado de vermelho. Bastou aquilo para unir de vez os bispos brasileiros na defesa da justiça social e direitos humanos. Hoje os militares do governo Bolsonaro querem ameaçar os líderes da Igreja novamente. Logo qual o motivo, a preparação do Sínodo para a Amazônia. Bolsonaro afirmou que o Sínodo é contra “toda” a política do governo para a Amazônia – que prega a defesa da “soberania” da região. “ segundo ele, o encontro vai servir para recrudescer o discurso ideológico da esquerda”. O que quer o Papa Francisco ao convocar o sínodo?  Simplesmente atualizar o modo de evangelização a partir das questões da Amazônia e da necessidade de uma ecologia completa. De acordo com as orientações preparatórias o sínodo terá o seguinte caminho:  “Ver” o clamor dos povos amazônicos;

“Discernir” o Evangelho na floresta. O grito dos índios é semelhante ao grito do povo de Deus no Egito;

“Agir” para a defesa de uma Igreja com “rosto amazônico”.

Então, o motivo principal porque os militares querem intervir nos trabalhos da Igreja, é porque ao perguntarem aos povos da Amazônia, sobre quais os problemas que enfrentam e quais as soluções sugerem, os membros das comunidades cristãs certamente apontarão os graves problemas que o governo e as empresas estão causando à natureza e aos povos da região. Mineração, destruição de florestas com por madeireiras e agronegócio, projetos de hidroelétricas, ferrovias e portos Graneleiros, são obras que geram lucros para poucos e desgraças para maioria da população da Amazônia. Além disso, o governo federal retira proteção aos povos indígenas, esvaziando a FUNAI, esvaziando o IBAMA facilita a destruição de mais florestas.  Portanto o que deixa nervoso o governo é que os  cristãos da Amazônia, ao proporem alternativas para a evangelização na Amazônia, irão denunciar os estragos que estão sendo feitos e programados para favorecer empresários e prejudicar o meio ambiente e as populações da região.

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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