https://www.facebook.com/DiocesedeCratoCE/

Jesus começa a sua missão anunciando ao povo, aos leigos e leigas, o reino de Deus. Só depois é que ele chama os discípulos, portanto vocês são os primeiros destinatários deste anuncio alegre, contagiante, libertador que é a palavra de Deus.

Vocês se tornam discípulos  missionários do Senhor a medida em que começam a entrar na comunidade dos eleitos, dos escolhidos pelo Senhor, através do sacramento do batismo.

Os leigos e leigas, quando escolhem Jesus como único Senhor da vida, vão experimentando a realidade de pertença ao povo de Deus, em primeiro lugar, na igreja doméstica que é a família.

A família é o nosso primeiro lugar da vivência eclesial, é a nossa primeira igreja doméstica. É ali que o pai e a mãe exercem a sua missão de leigos. A igreja doméstica é o testemunho da fidelidade do pai e da mãe, nenhum superior ao outro, mas todos debaixo do amor de Deus para viver na família essa experiência de fé para que os filhos possam crescer alimentados por este amor que vem de Deus.

É na família que aprendemos os valores eternos, não passageiros, nem de moda, os valores que garantem a nossa humanidade, da justiça, da verdade, solidariedade, partilha, fidelidade a Deus. Não é na catequese, não é na escola, é na família. Na medida em que o pai ama a sua esposa, como Cristo amou a Igreja, na medida em que a esposa ama seu marido e participa com ele da educação dos seus filhos e filhas, do acompanhamento presencial do filho e filha, essa é a igreja doméstica.

As famílias, unidas e reunidas, formam a comunidade e é na comunidade que nós celebramos a presença de Deus em nossa vida. É na comunidade que nós escutamos o que Deus quer para todos nós. Nós damos um salto de uma família unida pelo sangue para uma família unida pela fé.

A comunidade passa a ser o encontro das famílias, ou seja, a junção dos leigos e leigas que, unidos, querem ser discípulos e missionários do Senhor. Consequentemente a união das comunidades forma a paróquia, que é uma rede de comunidades.

A paróquia é aquela que ensina as comunidades a vivenciar esse amor de Deus para com o seu povo e, acima da paróquia, estamos nós aqui hoje, a forania 4, que é a junção de todas essas paróquias de uma região diocesana.

Que bonito nós nos encontrarmos e partilharmos essa experiência. Como é bom nos juntarmos aqui e nos conhecermos.

É necessário vivenciar na paroquia, na comunidade e na família a relação fraterna entre o esposo e a esposa, entre ambos e os filhos, para que sejamos um povo sempre temente ao Senhor que não só escuta, mas pratica a palavra de Deus.

Ser fiel ao Senhor é exigente, exige renuncias individualistas, egoístas, que nos afastam do reino de Deus.

Jesus olha para os discípulos e diz: ‘eu nunca enganei vocês, a porta é estreita, não é larga, quem quer ser meu discípulo tem que renunciar a si mesmo, quem quiser se salvar tem que abraçar meu reino, tem praticar os meus ensinamentos’. E, olhando para os discípulos diante de outros que já tinham desistido, ele diz: ‘ninguém é obrigado a ser cristão’.

Ser cristão é uma vocação ao chamado do Senhor e que ser leigo e leiga na igreja é trabalhar pelo reino de Deus que não é a sociedade corrupta, desigual, desonesta, exploradora.

Ser cristão exige conversão, presença e continuidade ao Senhor.

Quando Jesus diz para os discípulos isso, veja o que Pedro responde: ‘Senhor a quem iremos? Só tu tens palavra de vida eterna’.

Queridos irmãos e irmãos, que bom se todos nós, membros dessas paróquias que formam a forania quatro, chegássemos a essa decisão. Eu quero, Senhor, participar do teu reino, eu quero que esta vida que o Senhor me deu tenha continuidade e só há uma maneira de viver isso que é seguindo a tua palavra. Que a nossa convicção também seja a mesma de Pedro.

Obs: Durante a Missa de encerramento da Semana do Laicato, na noite desse sábado, dia 25 de agosto, na Paróquia São Raimundo Nonato, em Várzea Alegre, dom Pastana demonstrou alegria por ver os pastores e ovelhas unidos para entregarem no altar do Senhor as atividades realizadas, recordando que este momento serviu para animar os leigos e leigas, primeiros destinatários do evangelho.

O autor é Bispo Diocesano de Crato.