1 de fevereiro de 2019
Na minha memória o mundo é uma gravura antiga
de que eu faço parte, visto e vendo.
Embora não se movam desenho e cores,
riscados em verdeazul na infância rápida,
se ajunto a eles sons e gostos táteis
estáticos – são memória – estáticos e reais,
movimento-me e mergulho. Sendo este, sou já
outro: autor e personagem da imagem,
se é que é possível, se me entendem
– perdão se lhes confundo, é tão simples:
aqui estou narrando, sem que possa,
porque sou o desenho de um rapaz
que vi (ou vejo, já não sei exceto traços)
na gravura antiga guardada na memória.
Obs: Texto retirado do livro do autor – É Lenta a Palavra Tempo –
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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