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Estou cansado das travessuras
que a vida tem feito comigo:
coloca-me pedras na mochila
e ao mesmo tempo intensifica sóis.
Ridiculariza as alucinações
nos roteiros dos meus quase quases;
e para que eu não colha o doce fruto
do bonsai inexistente, areia oásis.
Meu passo é cada vez mais pesado;
minha voz é cada vez mais tardia;
meus olhos dispensaram as lonjuras
onde florescem irrelevâncias.
Percorri mais da metade do caminho
quando, refém de ingênuos palpites,
despertei e exterminei ensaios,
pois aprendi a remoção de cicatrizes.
Hoje equilibro-me no fio do esgotamento
articulando a mais sutil das estratégias:
se a vida me sedenta, a ludibrio
com um cantil inesgotável de poesias.
Obs: O autor é membro da Academia Pindamonhagabense de Letras é autor de: Lágrimas de Amor – poesia; O sapinho jogador de futebol – infantil; O estuprador de velhinhas & outros casos – contos; Histórias de uma índia puri – infanto-juvenil; O casamento do Conde Fá com a Princesa do Norte, e Um caso de amor na Parada Vovó Laurinda – cordéis.
Imagem enviada pelo autor