Eram dias de jogos da Copa do Mundo de futebol da Rússia. O Futebol é o maior assunto da mídia mundial, sem sombra de dúvida. De repente uma notícia chama a atenção do mundo, e via mídia torna-se um fato mundial, que é acompanhado com apreensão, medo e esperança no mundo inteiro. Vale a pena rememorar os fatos principais desta história extraordinária. As imagens dos meninos do time de futebol juvenil Javalis Selagens, garotos de 11 a 16 anos, e seu técnico, percorreram o mundo e comoveram a todos.
Era 23 de junho, na província de Chiang Rai, ao norte da Tailândia, após um dia normal de treino de futebol, 12 meninos da equipe juvenil Javalis Selvagens, acompanhados do técnico, foram ao complexo de cavernas Tham Luang comemorar o aniversário de um deles. Segundo o Técnico, o ideia de entrar na caverna foi tomada coletivamente e que eles nunca tinham visitado o local. O plano inicial, segundo ele, era passar cerca de uma hora no local e depois voltar para casa. Foi quando inesperadamente começou a chover e devido a aumento do nível da água no interior da gruta, não conseguiram mais retornar para fora da caverna, ficando presos no seu interior.
Em breve certamente teremos esta trágica história, de riscos e perigo de vida, bem como de solidariedade, narrada em livros, filmes, ou em seriado de TV. Meninos perdidos e Localizados após nove dias….
O sinal de alerta foi dado pela mãe de um dos meninos, que não voltou para casa depois do treino de futebol. Foram entradas 11 bicicletas do lado de fora de fora de da caverna. As buscas no interior do complexo de cavernas começaram nas primeiras horas do dia seguinte e logo atraíram a atenção da mídia. Ao percorrer o mundo, a história dos meninos desaparecidos atraiu mergulhadores e socorristas voluntários, muitos deles vindo de outros países, numa corrente de solidariedade humana extraordinária sem precedentes.
Em 2 de julho, mais de uma semana após o início das buscas, o grupo foi finalmente encontrado por dois mergulhadores ingleses. No labirinto infinito de rochas, galerias e águas que compõem o complexo de cavernas Tham Luang Nang Non. A dupla de mergulhadores foi atraída pelos vestígios de humanidade que há tanto tempo procuravam. A primeira pista que tiveram foi o ‘cheiro de gente’ que sentiram conforme se aproximavam dos meninos”, disse Raigal. “Na sequência, viram também luzes das lanternas”. Paciente e estratégico, o grupo economizou bateria e conseguiu fazer com que os equipamentos durassem por mais de nove dias.
Os meninos foram localizados a mais de três quilômetros da entrada do complexo de cavernas, protegidos das inundações sobre um banco de pedra. Os britânicos filmaram o momento do encontro. Em quantos vocês estão?”, pergunta um dos mergulhadores. “Somos 13”, responde um garoto, o único a se comunicar bem em inglês. “Brilhante”, exclama o mergulhador, aliviado.
Os dois socorristas contam para os meninos que é segunda-feira, que eles estão desaparecidos há nove dias e que são muito corajosos. Avisam que muito mais gente está vindo para resgatá-los. Mas quando? …
A corrida contra o tempo, médico e mergulhador ficam com os meninos durante 3 dias!
A alegria e a comoção de encontrar os 13 desaparecidos com vida foram logo substituídas pela grande incógnita de como retirá-los de lá. Para chegar ao local em que estavam protegidos da água, era necessário percorrer um longo caminho no interior da caverna em meio a trechos extremamente estreitos ou inundados.
Os meninos, além de enfraquecidos fisicamente pelos dias em um ambiente inóspito, sem alimentação, não tinham qualquer experiência com mergulho –alguns nem sabiam nadar. Durante os dias seguintes, autoridades cogitaram manter os meninos no local por meses, até que terminasse a estação de chuvas e eles pudessem caminhar para fora. A hipótese, no entanto, foi logo descartada com a previsão de mais agua por vir devido as chuvas.
O médico e mergulhador australiano Richard Harris ficou com os meninos na caverna durante os três dias que durou o resgate. Especialista em prestar socorro em caverna, ele se voluntariou para a missão, quando ficou sabendo que os meninos, haviam sido localizados.
Foi Harris quem decidiu, após avaliá-los, quais eram as crianças mais aptas a deixarem primeiro a caverna. Mas, após três dias longe do mundo, Harris mal teve tempo para comemorar o bem-sucedido resgate: descobriu que, durante aquele período seu pai havia morrido.
Obs: Texto retirado de www.a12.com/redacaoa12/pe-leo-pessini