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Neste 1º de janeiro do Ano Novo, o Santo Padre Bento XVI prossegue a tradição de seus antecessores,  enviando aos bispos, aos governantes e às pessoas de boa vontade do mundo inteiro sua Mensagem de Paz. Este ano o tema escolhido foi “A Paz e a Pobreza”.

O Papa desenvolve profunda reflexão teológica sobre o fenômeno mundial da miséria e suas implicações morais. De início, rejeita o controle da natalidade e sobretudo o aborto, como meios adequados de combater a pobreza, que ele considera  causa de muitos conflitos armados que a humanidade sofre hoje. Ao contrário, ele aponta o desarmamento e o fortalecimento da família como meios eficazes no combate à pobreza e à fome mundiais.

As campanhas internacionais dirigidas a controlar a natalidade nos paises pobres, afirma ele, “utilizam métodos que não respeitam a dignidade da mulher nem os direitos dos cônjuges a escolher responsavelmente o número de filhos que desejam ter e, o que é mais grave ainda, frequentemente nem respeitam sequer o direito à vida. O extermínio de milhões de crianças não-nascidas em nome da luta contra a pobreza é, na realidade, continua o Pontífice, a eliminação dos seres humanos mais pobres.” Assim, ele rebate uma suposta relação entre pobreza e crescimento demográfico, afirmando que existem recursos para resolver o problema da indigência, mesmo com um crescimento da população. “Desde o final da 2ª Guerra Mundial até hoje, a população do planeta cresceu quatro bilhões de pessoas e, em boa parte, esse fenômeno acontece em países que surgiram recentemente no cenário internacional  como novas potências econômicas (a China, a Índia e o Brasil) e obtiveram  rápido desenvolvimento precisamente graças ao elevado  número de seus habitantes”

Bento XVI denuncia ainda a queixa dos países pobres, africanos principalmente, que sofrem chantagens por parte dos países ricos, os quais condicionam sua ajuda econômica ao combate das doenças, sobretudo da AIDS, à prática de políticas contrárias à vida e que repugnam às suas culturas de famílias numerosas. “É dificil combater, ensina o Pontífice, sobretudo a AIDS, causa (e conseqüência) de pobreza extrema, se não se enfrentam os problemas morais com os quais está relacionada a difusão do vírus. É preciso, antes de tudo, empreender campanhas que eduquem especialmente os jovens a uma sexualidade plenamente concorde com a dignidade da pessoa”

O Santo Padre ainda convida as nações ricas a colocar à disposição das nações pobres medicamentos e tratamentos necessários; isso exige fomentar a pesquisa médica e as inovações terapêuticas e aplicar, quando for o caso, as regras internacionais sobre a propriedade intelectual.

Bento XVI aponta ainda a defesa dos vínculos familiares como remédio para a luta contra a pobreza. A pobreza infantil mereceu especial alusão da mensagem pontifícia, referindo-se ao cuidado das mães, à tarefa educativa e acesso às curas médicas, água potável, preservação ambiental, estabilidade das relações familiares.

Quero concluir com a afirmação pontifícia: “Quando a família se enfraquece, os danos recaem inevitavelmente sobre as crianças. Onde não se tutela a dignidade da mulher e da mãe, os mais afetados são os filhos.”
(Nota: As citações da mensagem pontifícia foram fornecidas na Webnet pelo MDV)

Obs: O autor é arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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