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Hoje se entrelaçam dois acontecimentos, um evidentemente mais ligado a nossa fé, mais religioso, a Solenidade da Santa Maria, Mãe de Deus, tem haver com os fiéis e o outro esse acontecimento civil que marca a passagem de um ano para o outro. Um tem haver com o tempo. Passaremos de 2018 para 2019. É o tempo cronológico. O outro tem haver com o tempo enquanto experiência de Deus em nossa vida, que marca esse encontro com o Senhor, enquanto expressão de Deus nas nossas vidas. É nesse entrelaçamento que devemos refletir no sentido de atuar, agir nesse mundo que, no todo, não é religioso, que no tempo não se experimenta a graça de Deus.

 É bom nos despedirmos do ano que termina e acolhermos o que chega, em oração e adoração ao Senhor, rezando para que não o ano seja bom, mas que nós sejamos bom no ano. O ano é o mesmo, somos nós que fazemos acontecer, a partir da graça de Deus, da experiência de Deus, da certeza do amor de Deus.

É muito importante recebermos a benção de Deus para que, na entrada do ano, possamos carregar conosco essa benção. O contrário da benção é a maldição, por isso bendito o Senhor e sua benção que Ele derrama sobre todos os seus, sobre aqueles que querem melhorar mais sua vida, tornar-se mais obediente a palavra, ter mais tempo para acolher a revelação do Senhor, se disporem para ajudarem ao Senhor na construção do reino.

Quando queremos celebrar o novo não queremos repetir os erros do passado. A passagem de ano nos inspira a olhar para o passado, o ano que se foi, e refletirmos em que nós erramos, o que deixamos de fazer para, com esse propósito de compadecimento do Senhor em nossa vida, começarmos bem o novo ano, nos propondo a sermos bem melhor, a não repetir os erros cometidos.

O que depende de Deus Ele já nos deu, o tempo se completou. Deus nos enviou Seu Filho, nascido de uma mulher, a Mãe do Belo Amor. Nós a reconhecemos também como mãe. Ela, sendo Mãe do Salvador, é também mãe nossa. Como ela esteve presente na vida de Jesus, ela quer nos ensinar, estar presente em nossa vida, segurar em nossas mãos e nos acompanhar. Precisamos apenas ser dóceis a essa presença da Mãe de Deus.

O novo ano depende da nossa novidade, do nosso propósito, de como queremos viver esse ano. Ele nos presenteou, Maria nos presenteou. Ela nos dá as condições para que vivamos bem o ano, para que seja realmente um ano feliz, por causa da graça de Deus presente em nossa vida, feliz porque Deus nos faz feliz. Vamos como os pastores, as pressas, no caminho do Senhor. Vamos ao encontro dela, a Mãe do belo amor. Vamos aprender com ela, peçamos que ela nos ensine a sermos filhos no Filho, que ela nos ensine os verdadeiros valores da vida cristã para que possamos intervir no mundo, para transformar não com a lei, com o decreto, mas com o testemunho, transformar com a vida amorosa, da paz que recebeu do Senhor.

Precisamos usar a paz, sobretudo, nos momentos mais difíceis, termos o autocontrole, pensarmos antes de agir, não ser precipitado, não agir pelos impulsos, mas sobrepor a tudo isso. Nós temos a paz dentro de nós, ela nos faz ter o autocontrole, agir segundo a bênção de Deus, a razão que Deus nos dá.

Que possamos contribuir para a salvação do mundo. Ser sinal, nesse mundo civil, do amor de Deus, da filiação divina e contribuir com a construção do reino que é do Senhor. Desejar feliz ano novo é desejar uma prática nova, uma feliz vida cristã no seguimento do Senhor, um feliz progresso espiritual no seguimento do Senhor. Feliz Ano Novo a todos!

Obs: Na procissão de entrada foi levada ao altar da Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato-CE, a imagem da Mãe do Belo Amor, anunciando ao fiéis a importância da celebração eucarística deste 31 de dezembro, que além de ser a última missa do ano, era, liturgicamente, a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.

O autor é Bispo Diocesano de Crato.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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