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“Bento 16 em sete anos conseguiu uma revitalização da Igreja em uma época difícil e deu vigor renovado à Cúria romana, podando os ramos secos” – afirmou Mons. Georg Ganswein, secretário particular do Papa e, por isso, chefe da Casa Pontifícia. Era ele o superior imediato de Paolo Gabriele, que foi detido pela gendarmeria vaticana – uma espécie de polícia civil do Estado da Cidade do Vaticano. O mordomo do Papa – de sua absoluta confiança – foi preso no último dia 23 de maio, pela posse indevida de grande número de cartas e documentos sigilosos, pertencentes a Bento 16, que foram depois maldosamente divulgados pela imprensa italiana.

Logo que o fato foi apurado, a Sala de imprensa da Santa Sé, no dia 25 de maio, difundiu a notícia, mesmo sendo um choque para todos e causando um pouco de desorientação. E aliás, a investigação ainda está em curso, conforme afirmou em entrevista ao jornal do Papa L´Osservatore Romano o arcebispo Angelo Becciu, sostituto da Secretaria de Estado. E acrescentou que o Santo Padre está muito entristecido, porque alguém muito próximo dele e de sua absoluta confiança seja, ao que parece, responsável por procedimentos injustificáveis sob todos os pontos de vista. Tal procedimento constitui-se numa violência,  sofrida pelos autores das cartas e escritos absolutamente confidenciais, dirigidos ao Sumo Pontífice. Na entrevista à imprensa, dada a exploração e falsa interpretação, que alguns jornais italianos logo deram ao triste fato, o Padre Lombardi, porta-voz da Santa Sé, deixou claro que nenhum Cardeal estava envolvido neste crime.

Na audiência geral da quarta-feira, 30 de maio,numa belíssima visão de fé, assim se expressou o Santo Padre: “Os acontecimentos destes dias, envolvendo a Cúria Romana e meus colaboradores, causaram tristeza ao meu coração, mas nunca se ofuscou a minha certeza firme de que, não obstante a debilidade do homem, as dificuldades e as provas, a Igreja é guiada  pelo Espírito Santo e o Senhor nunca lhe fará faltar sua ajuda para apoiá-la em seu caminhar. Infelizmente, multiplicaram-se ilações, ampliadas por alguns meios de comunicação, totalmente gratuitas e infundadas, e que foram muito além dos fatos reais, oferecendo  imagem falsa da Santa Sé, que não corresponde em absoluto à realidade. Por essas razões, desejo renovar minha confiança e meu encorajamento aos meus colaboradores mais diretos e a todos os que, cotidianamente, com fidelidade, espírito de sacrifício e em silêncio, me ajudam no cumprimento de meu ministério pastoral  em favor da Igreja.”

Belas palavras de um Sumo Pontífice que, em meio aos sofrimentos e decepções da hora,  apontam para o Alto, para o Cristo, do qual ele é Vigário na terra.

Obs: O autor é arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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