VILLY FOMIN 1 de janeiro de 2019

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Em dias de cansaço, falta de horizonte, nada melhor do que uma pitada de esperança. Mas será que queremos esperança ou mágica? Será que esperança é apenas um sentimento que “atraímos”?

É genial a definição do Paulo Freire sobre esperança:

“É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar e esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo”.

Uau!!! Algumas pessoas conseguem em apenas um parágrafo tirar o fôlego e instigar o pensamento.

Esperança é saber que a vida pode mudar e que nós podemos/devemos protagonizar essas mudanças. Há a possibilidade de passar a vida reclamando e há a possibilidade de passar a vida tentando outros caminhos.

Há um profeta na Bíblia que fez uma bela declaração de esperança e fé diante das contingências da vida:

“Mesmo não florescendo a figueira e não havendo uvas nas videiras, mesmo falhando a safra de azeitonas e não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral, nem bois nos estábulos, ainda assim, contudo, apesar de, eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação”.

O profeta Habacuque entrou nessa de reclamar da vida a partir do passado, dos feitos de Deus em outras gerações, assim como começou a questionar porque quem não é bom se dá bem. Ele faz isso durante o livro todo e no final ele muda de rota, inverte o jogo. Para de reclamar do passado e olha para frente, com novas lentes.

Como foi é história e não há como mudar, meu passado é uma caixa lacrada, então estou mais interessado em como será, pois ainda não está pronto. O passado tem sua função: ser consultado para orientar o presente para que o futuro seja diferente.

“Mesmo não haja figos na figueira, mesmo que os campos de trigo não produzam, mesmo que…” Ele utiliza elementos do seu mundo para mostrar que sua esperança não está atrelada às coisas que ele tem, esperança é o que fará com que ele continue no dia em que essas mesmas coisas faltarem.

O profeta nos deixa um sério recado, nos convidando a colocarmos em nossas histórias as conjunções adversativas: ainda assim, contudo, mas, entretanto.

Insira o “contudo”, a postura de manter o desejo de viver acima de tudo. A casa caiu, mas, contudo… O fracasso chegou, mas, contudo vou lutar para não perder a ternura.

Escutei o Rubem Alves dizer que: Deus é o nosso eterno “contudo”, vive nos convidando a não desistir e acreditar que o amanhã pode ser diferente.

2016 foi difícil, 2017 também será, mas que haja vontade de viver, força para lutar. Esperança para continuar.

Protagonize sua mudança. Alimente sua esperança. Mexa-se.
(Dezembro, 2016)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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