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Não sei hoje em dia,
mas era comum ver na Itália
bicicletas de seis, oito pedais.
Às vezes só de moças, outras
só rapazes e muitas
locomoviam famílias inteiras.
Na subida,
justo quando fica dureza,
diria “indigesto”,
eles que já falam alto
por natureza,
era um tal de gritar
com “quello sfaciatto
che non fare forza”
e haja mão, haja gestro
e esse,
logo se defendia
e assim prosseguia a viagem
até encontrarem um caminhão
onde o primeiro segurava,
enquanto os outros
só iam apreciando a visão!

Algum problema deve ter ocorrido,
pois não se justifica ter acabado
algo que unia a família
e sequer precisava de combustível.

Existem imagens guardadas
na mente da gente
que são de uma pureza sem fim,
mas infelizmente difíceis
de se ver repetir.
Por isso
eu vivo intensamente
cada texto,
cada poesia
e vai
que não dá para concluir?

Obs: Imagem enviada pela autora.