Ina Melo 1 de dezembro de 2018

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O pequeno principado, situado entre verdes montanhas, era um paraíso cercado de mistérios e magias. No começo do Século XX um Príncipe sonhador apaixonou-se por uma mulher madura, vinda de um país distante.

Todos foram contra. A população, acostumada aos velhos costumes não abraçou aquela que seria a companheira do senhor seu amo. Ela a principio timidamente, foi aos poucos conquistando aquela gente que, apesar de viver entre cabras e choupanas humildes, exerciam entre si o dom da felicidade. Aceitavam tudo e de nada reclamavam.

Aos poucos, sabiamente a jovem esclarecida foi ensinando ao companheiro uma forma de governar, onde os pobres poderiam alcançar com estudos e trabalho uma melhor condição de vida. O País cresceu e floresceu. Não eram iguais, pois as terras foram divididas em pequenos pedaços, para que cada um tirasse dela a subsistência.

E assim viveram por décadas de décadas. Até que um dia, o vizinho, Rei déspota e cruel, ficou incomodado e resolveu invadir aquele pequeno paraíso situado entre vales e montanhas. Começaram a incutir na cabeça dos seus humildes habitantes que eles estavam sendo enganados e um dia todos seriam escravos dos vizinhos poderosos e que a Circe, ou melhor a feiticeira vinda de outras plagas, queria ser a rainha absoluta e, quando isto acontecesse, eles seriam escravizados.

Tanto se falou, tanto se incutiu na cabeça daquela gente simples e crente em um Deus que só permitiria a entrada no reino do céus se o povo aceitasse um novo governante. Eles prometeram tudo. Os campos seriam fartos e sob a sua proteção, todos viveriam num mundo bem melhor do que os que eles tinham agora.

As pessoas começaram a acreditar em tudo o que liam e ouviam. O processo destruidor seguia a todo o vapor. Aumentaram Impostos, salários foram estagnados, direitos ameaçados e assim, surgiu a figura de um velho Bruxo que iria levar a todos para um reino de paz e amor. Claro que de tanto os inimigos repetirem o mesmo jargão, as pessoas foram repetindo e acreditando, até chegar a hora em que, o Príncipe e sua companheira foram expulsos, cobertos de mentiras e injúrias.

O Bruxo, salvador dos fracos e oprimidos, prometeu o paraíso na terra. Ali não haveria fome nem devassidão. As escolas só pregariam o valor da Pátria e da família. Empregos seriam criados e todos teriam um lar decente para morar. Os ladrões seriam jogados em valas profundas nas montanhas e a paz, que eles mesmos destruíram, voltaria a reinar.

Foi assim, que a Utopia da liberdade, mais uma vez foi suprimida e o Reino voltou para as mãos sanguinárias dos novos senhores da terra. E o povo, de cabeça baixa, qual os animais levados para o sacrifício, seguia os adoradores do Bezerro de Ouro, na esperança que ali seria o seu novo Shangri-lá!. Out/018

Obs: Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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