Quem dera tivesse a chave dessa porta,
Podendo assim penetrar em teu mundo,
Abrir tuas gavetas, entender tua caligrafia,
Pensar como pensas, compreendendo quem és
Quem sabe encontraria a ampulheta,
E deste feito saberia então
Quantos grãos de areia me resta
Para que te conheça nesse nosso tempo
Em vão tento de segurar,
Mas tua ânsia te liberta de mim,
E eu fico sem chão,
Pois não saber sobre ti me parte
E quem dera eu pudesse entender,
Saber por onde ir nesses caminhos tão teus
Às vezes tão silenciosos –
Mas perco-me, nesse olhar que me parte
E em pedaços minha alma chora,
Pelo tão perto que estais,
Mas pela lonjura do encontro,
Talvez seja meu destino, buscar-te, diariamente
Mas no fundo deve ter um sentido
Por isso buscarei a ti enquanto existir
E conforto-me ao compreender
Que amo-te muito além de mim
Obs: A autora é poeta, administradora e editora da Revista Perto de Casa.
http://pertodecasa.rec.br/
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