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O Brasil é um país cruel para os que não estão no poder, não fazem parte da elite financeira ou não estão sob suas asas.

Desde o “descobrimento” e a colonização que esse concito de elite e plebe vem se acentuando, colocando uma barreira entre as classes sociais, negando aos menos privilegiados o acesso aos direitos e aos bens de consumo que deveriam ser para todos e todas.

Com que direito um ser humano escraviza outro, explorando sua mão de obra e tratando como se fossem animais. E, aqui, ressalto que tratar mal animais é uma característica dos que tratam mal seus semelhantes também.

Vivendo sob um império escravagista, uma república proclamada por militares, ditaduras e governos capitalistas, o brasileiro se acostumou a esse modo de vida onde quem tem poder e dinheiro é melhor do que o resto do país, espalhando-se essa “superioridade” à vida cotidiana, fazendo com que magros se achem superiores aos gordos, brancos a negros, héteros a homossexuais, estudantes de escolas particulares a estudantes de escolas públicas, quem usa roupa de marca a quem compra em lojas populares, quem bebe vinho a quem bebe cachaça e por aí vai, chegando a distorções do tipo que os fissurados em exercícios físicos se acharem melhores que os que preferem vídeo game ou jogos de RPG e tabuleiros ou ainda pessoas menos privilegiadas intelectualmente se acharem superiores aos mais inteligentes, porque ser estudioso é “brega”, coisa de “perdedores”.

Essas distorções absorvidas da cultura norte-americana retratada nos filmes e séries adolescentes onde os jogadores do time de futebol americano e as líderes de torcida são os reis e rainhas das escolas, em detrimentos os mais estudiosos, que são sempre mostrados com aparelhos nos dentes, roupas desleixadas, óculos gigantes e desajeitados, piada dos que dão a vida para fazer parte dos chamados “populares”.

E é essa cultura que se enraizou no Brasil e faz com que algumas pessoas achem que ser uma pessoa “de bem” tem que ser branca, hétero, rica, magra, frequentar os lugares da moda, usar roupas de grife, morar em apartamentos ou casas de luxo e ter carros de último modelo.

No dia em que as pessoas que não fazem parte dessa elite restritiva e preconceituosa sentirem orgulho de estar do outro lado, talvez as coisas comecem a melhorar ou seja, no dia que o oprimido não quiser estar no lugar do opressor, aí sim, renovaremos as forças e a esperança de que a construção de uma sociedade mais digna e justa estará, finalmente começando.

Por isso vem, entra na roda com a gente, também, você é muito importante, vem …”

Obs: A autora é jornalista, blogueira e Assessora de Comunicação do IDHeC – Instituto Dom Helder Camara.
Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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