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Certo jovem indagou ao pai: “Papai, nós temos agora, além dos micro-computadores e notebooks, a internet, o IPad, o IPod, Google, Facebook¸ Youtube e tantos outros recursos tecnológicos; e no tempo do senhor, o que tinham os alunos?” O velho pai, colocando os óculos acima da testa e fechando o jornal na página da política, que estava lendo, exclamou enfático: “Tínhamos a CABEÇA!”

Uma revista de circulação nacional informa que vídeos exibidos na internet atingem rapidamente milhões de visualizações. Recebem o nome de “viral” quando ultrapassam um milhão de visitantes. Assim um vídeo coreano de quatro minutos, com uns passinhos de dança, lançado em julho, já atraiu mais de 280 milhões de pessoas. No Brasil, a mesma revista informa que o sertanejo Michel Teló com o clipe “Ai se eu te pego” já foi visto por mais de 436 milhões de internautas.

Na Alemanha, recentemente, uma tese de doutoramento foi rejeitada por uma Universidade, porque foi descoberto que era toda copiada do Google, o mais famoso portal de pesquisas. É a nova cultura “googliana”. É sabido que mesmo no Brasil existem firmas clandestinas que vendem – a bom preço, é claro – teses de doutorado para várias especialidades e as Universidades (principalmente as particulares) nada sabem deste comércio criminoso e altamente prejudicial ao desenvolvimento da verdadeira pesquisa científica.

Nossa juventude precisa ler, precisa ser formada no gosto pela leitura. Leitura mesmo! E de livros – que são a fonte insubstituível do saber humano. Nossos jovens necessitam urgentemente habituarem-se à pesquisa científica, trabalhosa, penosa, que custa muito. Ajudados, sem dúvida, pelas tecnologias da informática, eles que pertencem à geração que nasceu com os micro-computadores.

O raciocínio lógico continua essencial e insubstituível no progresso da ciência, também experimental, também da computação. Lucrécio no “De natura rerum” (I,925) ensina: Juvat integros accedere fontes atque haurire – “ È proveitoso ir às fontes puras e delas haurir”.E D´Israeli nas “Curiosidades da literatura” pontifica: “A prudência dos sábios e a experiência das idades podem ser preservadas para a posteridade, mediante as citações.”

Hoje fala-se tanto de preservar um mundo sustentável para as novas gerações. Não será o caso também de preparar as novas gerações para assumirem com sabedoria e preparo científico este mundo sustentável?

Realmente precisamos muito e urgentemente de “cabeças”… (03.10.12)

Obs: O autor é arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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