1 de novembro de 2018
A maturidade nos oferta novos olhares. Antes, o supérfluo me fascinava, agitava tanto minha alma que chegava, em alguns momentos, a provocar um desequilíbrio interior. A compulsão tomava conta de mim, e gastar era a ação que mais me dava prazer. Tantas coisas inúteis e desnecessárias se amontoavam nas prateleiras e gavetas dos meus armários. A abundância me gerava felicidade. O excesso me era saudável. Aparentemente saudável.
No entanto, tendo já apagado 64 velinhas no bolo da minha vida, percebo o mundo de forma bem distante das já vividas. O supérfluo me causa náuseas. O excesso me inquieta. Os inessenciais já não me causam prazer. O olhar, diria, modificou-se muito. O olhar amadureceu.
Os inessenciais estão quase no lixo…
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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