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1 – DOMINGO DO PEDIDO DOS DOIS IRMÃOS
Marcos 10,35-45

É muito comum, quando se pensa em Pastoral Vocacional, cuidar apenas de recrutar crianças e adolescentes para serem “padres”. Apresenta-se a eles um modelo acabado, culturalmente estabelecido, onde valores estético-culturais, que dão status, encantam algumas mentes juvenis:
– o menino começa a imaginar-se no altar, paramentado a rigor, falando para um auditório repleto e verticalizado…
– mais tarde, quem consegue chegar lá, não raro, chega com uma tal consciência dos seus “poderes sacerdotais”, que até a voz se faz impostada, e toda a sua postura é de mando e superioridade, muito embora sejam pessoas ainda bem jovens e inexperientes…
Como poderia ser diferente se a gente pensasse, antes de tudo, em uma Pastoral de Comunidades, onde, em grupos de tamanho humano, as pessoas se olhassem nos olhos, se evangelizassem compartilhando o concreto da vida cotidiana, crescessem no gosto da participação, como “pedras vivas” a se edificarem como “templo vivo”, conscientes de seu “sacerdócio”, oferecendo suas vidas como “sacrifício espiritual”, em comunhão com Jesus Cristo, como propunha Pedro, o primeiro papa (1Pd 2,4-10). Aí, sim, numa comunidade onde todos e todas são vocacionados, fica mais fácil identificar alguém que se destaque por sua dedicação, sua capacidade de escutar, de educar na fé, de animar, de articular, de se dedicar ao crescimento das pessoas e da comunidade. Aí, sim, dá para “impor as mãos” sobre alguém que, com certeza, terá entendido a conversa de Jesus com Tiago e João e os outros dez.
E numa Comunidade de gente que serve, as celebrações terão uma expressão muito mais circular, participativa e criativa. E nosso canto terá o sabor do Salmo 133: “Oh! Como é bom, como é agradável os irmãos e irmãs estarem juntos!”.

Será que a falta de Comunidades, que exercitem o VER-JNULGAR-E-AGIR, está se refletindo nas Eleições de 2018?…
…….
Seu voto, domingo que vem, é a única arma que nos pode defender de um futuro incerto e ameaçador. acredite nisso e vote com consciência e responsabilidade!

DOMINGO QUE VEM, 28 de outubro…
Poderá ser o DIA “D” da Democracia, ou não… O DIA “E” da Esperança de um Brasil que retoma o caminho das “POLÍTICAS SOCIAIS”, por sinal, tema da Campanha da Fraternidade de 2019, ou não… O dia “I”, da Inclusão, de um Governo que cuida, a todo custo, de dar vez, acesso e oportunidade para quem está condenado à marginalidade, ou não…
Como cantou alguém, um dia:

<<Depende de nós
Se este mundo ainda tem jeito
Apesar do que o homem tem feito
Se a vida sobreviverá>>
Ivan Lins

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“ORDEM E PRGRESSO!”: o que está em jogo no dia 28 de outubro
Sabe-se que a badalada “Civilização Ocidental” se funda (e afunda) na base de 5 (cinco) preconceitos:
– a superioridade da elite dominante – os ricos – sobre a Classe Trabalhadora – os pobres;
– a superioridade do homem – o macho – sobre a mulher – a fêmea;
– a superioridade da raça branca sobre as demais;
– a superioridade do Cristianismo sobre as demais Religiões;
– a superioridade da heterossexualidade sobre qualquer outra orientação sexual possível.
O pior é que esses cinco preconceitos, entranhados na cultura popular, não residem apenas nas mentes e corações dos ricos, dos machos, dos brancos, dos cristãos e dos heterossexuais. Eles povoam as cabeças de muitas das pessoas pobres, das fêmeas, das pessoas negras ou pardas, das pessoas de outras tradições religiosas, das pessoas homoafetivas. Muitas destas pessoas, em suas respectivas diferenças, se sentem, de fato, inferiores, devedoras de homenagem, obediência e serviço aos seus superiores. É aquela dramática constatação da presença do “opressor” dentro do “oprimido”.
Esta é a explicação do “sucesso” de certa candidatura à presidência das República no Brasil. O fulano promete justamente fazer valer o que de pior está na cabeça e no coração, não só dos pretensos superiores, mas na cabeça e no coração dos conformados e conformadas inferiores. E essa será sua maneira de realizar o que está escrito em nossa bandeira: ORDEM E PROGRESSO!
E as promessas são tanto mais aplaudidas quanto mais ELE garante que irá fazer valer esses 5 preconceitos a ferro e a fogo, levando os corações a vibrarem e exultarem com a possiblidade de participar de tamanha façanha empunhando uma arma e estufando o peito: “Verás que um filho teu não foge à luta!”.
E as ações de governo que poderiam implementar Políticas Públicas que garantissem a todos e todas oportunidades amplas e eficazes de vida “e vida em abundância”, se anunciam, descaradamente, como exercício efetivo da violência, a esmagar Direitos e sufocar liberdades.
Eis o que está em jogo, com seu voto, no 2º. Turno das Eleições, no próximo dia 28 de outubro. Mas, antes de votar, reflita diante da História e da causa maior, a causa da Vida. Reflita diante do Deus da História, do Deus da Vida!
Reginaldo Veloso

2- Domingo do cego Bartimeu
Marcos 10,46-52

A caminho de Jerusalém, feito cegos que se recusam a ver, lá vão os doze, que, ao longo de três anos, algumas coisas devem ter aprendido, mas resistiam a aceitar o que era óbvio para seu Mestre: a lógica da cruz.

E aí estava a essência do Reino por ele anunciado: quem não entendeu que as coisas só mudarão radicalmente neste mundo quando a lei suprema for o amor de quem dá a vida pela vida dos demais, não entendeu nada da pessoa, da vida, da ação e do discurso de Jesus.

Por providencial coincidência, no meio do caminho, alguém que pede esmolas á beira da estrada, ouve falar de Jesus e grita com toda a sua força por socorro: é um cego que, a todo custo, quer ver.
E Jesus manda chamá-lo para perto de si, escuta o seu pedido insistente e faz com que as coisas aconteçam de acordo com a fé e a determinação de Bartimeu.
Curado, o cego vai atrás de Jesus…
Será que os doze entenderam a lição?…

E nós, aqui e agora, com que anseios, com que fome e sede viemos ao poço, à refeição, ao encontro com o Ressuscitado?…
Nosso canto expressará alguma coisa do que foi o grito de Bartimeu?…

Todas essas perguntas nos chegam com maior contundência em tempos de Papa Francisco… Precisariam ecoar qual trovão no ambiente onde acontece o Sínodo da Família… Como precisariam estrondar em cada Conferência Episcopal, em cada Regional da CNBB, em cada Diocese, em cada Paróquia, em cada Comunidade Cristã, em cada Movimento de Igreja… Até onde alcança o nosso olhar, nossa capacidade de entender os “sinais dos tempos?… Qual o grau de nossa cegueira e da nossa vontade de sermos curados ?…
*
*
4.Chorando de tristeza sairão,
Espalhando suas sementes;
Cantando de alegria voltarão,
Carregando os seus feixes!

……………………………………
Estamos chegando à reta final do Ano Litúrgico… É tempo de dar balanço em nossas vidas, antes de começarmos uma nova etapa… Vem aí o NATAL e um ANO NOVO!… Para além das ilusões do consumismo, teremos um sonho maior, capaz de dar a estes eventos e à nossa própria vida, um sentido maior?…

Obs: Reginaldo Veloso de Araújo é Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Morro da Conceição e Adjacências, Recife-PE. 
Compositor litúrgico, com diversos CDs gravados pela COMEP/Paulinas e pela PAULUS
Assistente adjunto do Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC-NE2
Assessor pedagógico do Movimento de Adolescente e crianças – MAC e do PROAC
Membro da Equipe de Reflexão sobre Música Litúrgica do Setor de Liturgia da CNBB
Mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana – PUG (Roma, 1962)
Mestrado em História da Igreja, pela PUG (Roma, 1965)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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