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A imaginação nos prega algumas peças. Imaginamos que somos os donos do mundo. E ficamos prepotentes, agimos com leviandade e, assim, ferimos pessoas.
A imaginação fértil leva-nos a qualquer lugar, sem nenhum parâmetro, onde se voa e é feliz, curte-se o desespero, travam-se batalhas, chora-se pela felicidade, pelo que não realizou, pelo impossível, pelo emergente. Ela projeta nosso passado e nosso futuro, transformando a realidade, dando outro enfoque ao futuro, que a nós aparece o melhor possível, vez que a imaginação é parecida com a fantasia cristalizada, combinando perfeitamente, o que nos leva a sair do concreto e adentrar o irreal.
Se tirarmos do homem essa prerrogativa que só ele tem, de imaginar e pensar, ele se torna uma pessoa opaca. Sem sonhos, o homem perece, pois, nos sonhos, ele imagina, idealiza sua vida e recolhe para si o traçado que lhe foi entregue, feito um emaranhado de linhas e caminhos. É de fundamental importância a criatividade, que estimula, modifica e cria o pensamento verbal em descobertas desconcertantes, o que lhe dá experiência para instigar o comportamento humano.
Nesse caos, o que o salva e o resgata para a vida é o prazer de raciocinar, de escolher, tornando-o especial e único, entre os seres vivos, pois sabe o que é o amor.
Aquele amor verdadeiro, carnal, espiritual, tensional, onde só o olhar já o deixa excitado. O tocar já lhe dá tema para exercitar a imaginação e sonhar com a entrega total, numa entrada esmagadora dos sonhos realizados e onde o fantasma da fantasia confunde-se com a imaginação profícua desse sonhador inveterado que é o homem, e que comprova que a imaginação leva-o a dimensões que envolvem sentimentos, realidade e emoção.