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Quando se é criança os adultos mandam a gente parar, sentar num canto, parar de correr. Quando crescemos, o médico manda caminhar. Arre, égua, não há quem agüente. Outro dia eu disse ao médico que não caminho porque tenho medo. De assaltos? Quis saber o doutor. Não, tenho medo de gastar meus passos. Não sei quantos foram programados para mim. Vá que eu ande muito e de repente a minha cota se acabe. Haja vista os jogadores de futebol que morrem em campo. Penso que eles correram tudo de uma só vez, gastaram a quantidade de passos que lhes foi destinada. Se trabalhassem sentados ainda estariam aí. Estou mais é economizando. Será que andar para trás resolve?
Obs: Texto retirado do livro da autora – Doido é quem tem Juízo
A autora é poetisa, escritora contista, cronista, ensaísta brasileira.
Faz parte da Academia de Artes e Letras de Pernambuco, Academia de Letras e Artes do Nordeste, Academia Recifense de Letras, Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda, Academia Pesqueirense de Letras e Artes , União Brasileira de Escritores – UBE – Seção Pernambuco
Autora dos livros: Em ponto morto (1980); A magia da serra (1996); Maldição do serviço doméstico e outras maldições (1998); A grande saga audaliana (1998); Olho do girassol (1999); Reescrevendo contos de fadas (2001); Memórias do vento (2003); Pecados de areia (2005); Deixe de ser besta (2006); A morte cega (2009). Doido é quem tem Juízo (2012); Saudade presa (2014); O Sorriso da Borboleta (2018)
Recebeu vários prêmios, entre os quais:
Prêmio Gervasio Fioravanti, da Academia Pernambucana de Letras, 1979
Prêmio Leda Carvalho, da Academia Pernambucana de Letras, 1981
Menção honrosa da Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1990
Prêmio Antônio de Brito Alves da Academia Pernambucana de Letras, 1998 e 1999
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2000
Prêmio Vânia Souto de Carvalho da Academia Pernambucana de Letras, 2010
Prêmio Edmir Domingues da Academia Pernambucana de Letras, 2014