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Desde que o mundo é mundo e que o ser humano começou a pensar e a entender o seu livre arbítrio que, milênio após milênio, geração após geração, esse conflito vem travando uma batalha incansável e interminável: a luta entre o bem e o mal.

Os séculos passaram, o desenvolvimento deu saltos enormes, chegamos à internet, aos computadores, aos microchips, realidade de virtual e, a realidade real, ainda às vezes nos parece ser irreal e impossível de estar acontecendo.

Desde os primórdios que os seres dito pensantes travam batalhas e guerras sangrentas para conquistar territórios, dominar nações e povos, se apoderar das riquezas dos vencidos e, em meio a todo esse sangue derramado em nome do poder, um sangue era derramado de maneira ainda mais cruel, o das arenas, onde lutando contra leãos ou contra outros humanos, a barbárie se desenrolava como em um filme de terror, ao vivo, para deleite de uma plateia sedenta por violência e morte.

Lamentavelmente isso não ficou no passado, como uma parte selvagem da história da humanidade. As guerras continuam até hoje, dizimando populações inteiras, gerando órfãos e refugiados mundo afora, vítimas do egoísmo e da sede de poder insaciável, que não se importa com as consequências ou efeitos colaterais, apenas querem atingir seus próprios objetivos.

A Terra continua sendo mal tratada, seus recursos naturais sendo dizimados, a fome e a doença continunam fazendo vítimas a cada minuto, a desigualdade social cresce cada vez mais e, na mesma proporção, a violência.

Dizer SIM à VIDA condenando o aborto é muito fácil. Faz-se caminhada, posta-se na redes sociais, condena-se as mulheres que praticam o aborto, sem ir à raíz do problema, sem procurar orientar as mulheres na contracepção, sem fazer absolutamente nada além de gritar e condenar.

Agora dizer SIM À VIDA em abundância, aí é mais difícil. Muitas das vozes que condenam as mulheres que praticam o aborto, morrem de medo das crianças matripilhas e de nariz escorrendo nos sinais. Da mesma forma que não fazem nada para ajudar as mulheres mais pobres a evitar gravidez indesejada, também não fazem nada para que os filhos da fome e da miséria possam, ao menos, sonhar com uma vida melhor.

O grande problema do mundo e, de maneira bem acentuada no Brasil, é que os que têm fome, são condenados de qualquer forma, quer quando são impedidos de nascer, quer quando nascem e não tem o que comer.

No final das contas a condenação é para a pobreza de uma maneira geral. Então se a pessoa nasce pobre, deve ser condenada a ser pobre durante toda a sua vida. Não deve almejar mudar de “casta”, ascender socialmente, passar perto dos privilegiados financeiramente. Pobre tem que estudar o básico para escrever o nome, anotar listas de afazeres e fazer umas continhas. Escola pública não precisa ensinar muita coisa, se não, podem aprender a pensar e querer reinvidicar direitos. Faculdade? Nem pensar. Um absurdo esse lance de cotas, que tiram vagas dos filhos dos doutores, que estudam nos melhores colégios.

Para você que está lendo agora esse artigo, tudo isso pode parecer muito natural, afinal se nçao houver pobres e analfabetos, quem fará os serviços pesados e que lidam com sujeira? Quem limpará os banheiros, lavará nossa roupa e fará nossa comida, ganhando um salário que mal dá para pagar o aluguel no final do mês?

Se você acha isso natural e que apoia que as coisas continuem assim, é para você mesmo que estou escrevendo. Para você que agaora demoniza as esquerdas, que condena todos que usem camisa vermelha e que não concordem com o perfil de seu candidato.

O PT governou o país por 13 anos e, nesse período, todos ganharam. Desde banqueiros e profissionais liberais, até os profissionais de serviços mais simples. O País cresceu, saiu do mapa da fome, milhões de brasileiros tiveram acesso a três refeições por dia, a casa, educação, saúde e trabalho. Os aeroportos se encheram de pessoas simples que, finalmente, podiam visitar parentes em outros estados, as ruas se encheram de carros e motos, os pratos se encheram de comida, a desigualdade social, finalmente começou a ser combatida e a violência diminuiu.

Mas algumas pessoas não aceitaram isso e se incomodavam com pessoas de sandália japonesa comprando na mesma loja que elas no shopping. Outras se indignavam com “a farofada” nas salas de embarque, comentando que os aeroportos tinham virado rodoviária.

A PEC das domésticas deixou patrões revoltados por ter que pagar horas extras e dar folgas semanais. E o Brasil que começava a ser de Todos, não agradou a uma camada da população, que nunca aprendeu a dividir o bolo, só a comer sozinho. E quis tomar o bolo de volta.

Está mais do que provado, em todos os cantos do mundo, que a violência só acaba quando há igualdade social. Se não há pobreza, se não há miséria, não há violência. Assim o provam os países com melhor IDH do mundo como, por exemplo, os países que formam a Escandinávia – Noruega, Suecia e Dinamarca, a Finlândia e o Canadá. Nesses países a diferença entre o salário mais alto e o mais mais baixo gira em torno de dez, saúde e educação são públicas, os imposto são altos, mas retornam em forma de serviços e benefícios e, dessa forma, as pessoas podem andar nas ruas portando iphones do último modelo, usar nos ônibus computadores de última geração e não correm, em momento algum, perigo de tê-los roubados. Nesses países a licença maternidade é de um ano, para pai e mãe. O que define os salários não é o fato de ser homem ou mulher, mas o grau de instrução e experiência. Na Noruega existe, inclusive, o Ministério de Gênero, para garantir que não haja nenbhum tipo de diferença ou discriminação.

O que garante a paz, a vida abundante e plena para uns, é que ela seja para todos e para todas, sem distinção de cor, raça, religião, gênero ou classe social.

Enquanto uma parcela da população achar que armas, violência física, intolerância e agressões são a solução para melhorar as suas próprias vidas, enquanto achar que tem que ganhar cada vez mais dinheiro para ser feliz, mesmo que seja explorando seus funcionários, vamos continuar a ter que esconder o celular, fechar os vidros e travar as portas do carro ao sair de casa, não levar comoputador quando andar de ônibus e, as camadas mais ricas da população vão ter que andar de guarda-costas quando for caminahr na praia ou nos parques e blindar seus carros, com produtos cada vez mais resistentes.

Tendo como espelho os países realmente de primeiro mundo (e neles não estão incluidos os Estados Unidos, por exemplo) a que conclusão chegamos?

Para mim é uma conta muito simples e fácil de ser finalizada: igualdade social + oportunidades para todos+salários decentes = a paz e vida digna para todos.

Se essa conta não fechar, se o egoísmo, a falta de visão e a sede de poder falarem mais alto, o produto final será: mais violência, mais intolerância e mais ódio.

No dia 28 vamos voltar às urnas para escolher o presidente do Brasil. Não se trata de uma escolha partidária, se trata de escolher entre o Brasil que queremos para o futuro: um Brasil com oportunidades para todos ou um Brasil onde uma grande parcela da população será discriminada e terá que enfrentar a intolerância e o desrespeito, por serem pobres, negros, LGBT, índios, quilombolas e mulheres.

Precisamos encerrar esse capítulo lamentável da nossa história, virar essa página e voltar a ser o país alegre, acolhedor e divertido que sempre foi.

Ao final dessa campanha o slado será negativo, ganhe quem ganhar. Mas, depende só de nós, de nossa escolha, de nosso voto, se teremos a oportunidade de nos recuperarmos ou se seguiremos em frente, rumo ao fundo do poço e ao caos total.

Só depende de nós.

Obs: A autora é jornalista, blogueira e Assessora de Comunicação do IDHeC – Instituto Dom Helder Camara.
Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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