Algumas vezes me pergunto; por que me sinto tão bem estando em uma biblioteca? Alguns diriam: seria o silêncio, mas não é só isso. Desde criança este é o meu ambiente preferido.
Nele eu sinto algo mais, alguma coisa além destes parâmetros normais que o mundo exterior oferece. Apesar de serem apenas livros, lidos e relidos impressos em tinta e papel. Estes portam a alma, uma paixão latente, que se insurge da tranqüila posição entre os escaninhos das estantes que guardam toda a trajetória do conhecimento, dos amores e das dores da nossa humanidade.
Se é que continuamos humanos ainda, ou será que nos perdemos na futilidade das ambições? Neles, os livros; vivo, escapo e me recupero para sobreviver à aridez do hoje, essa realidade empoeirada, que resseca o espírito, simplesmente por não ser capaz de oferecer um horizonte limpo que norteie a imagem de um futuro.
Então mergulho em historia e estórias, nado e me aprofundo, morrendo e renascendo tantas vezes que seja possível, no meio de tantas páginas, para assim no abraço do conhecimento, aprender como amar o próximo, perceber que diferenças, são sutilezas de Deus, um presente para quebrar a monotonia de um universo que na sua essência não tem nada de especial.
Aparências, crenças, convicções e atitudes, reflexos projetados em um espelho, que se contorcem no decorrer da emanação de uma freqüência de luz.