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Vivemos um momento de muita intolerância, preconceito e até mesmo ódio, no mundo e em nosso país. A humanidade parece estar regredindo, andando de ré, rumo à barbárie.

No Brasil um candidato prega o racismo, a homofobia, a misoginia, faz a apologia à tortura e ao uso de armas para todos e é aclamado por uma parte da população que, com toda certeza, não parou para pensar, seriamente, nas consequências de eleger um presidente que não entende nada de governar um país e que acredita que a força bruta é a solução para tudo.

Depois do golpe que tirou ilegalmente da presidência uma presidenta eleita democraticamente, a extrema direita se expandiu, com suas ideias retrógadas, belicosas, agressivas e preconceituosas, como se o Brasil pertencesse a uma minoria branca, rica, hétero, egoísta e despolitizada, importante salientar.

E, em meio a toda essa onda de intolerância, a homofobia tem se mostrado abertamente, sem maiores pudores, incluindo as agressões físicas.
Comentários absurdos são feitos nas mídias sociais sobre homossexualidade, em Garanhuns artistas são impedidos de fazer a sua arte, casais homoafetivos são agredidos, numa demonstração de ignorância e intolerância.

Em meio a todo esse ódio e falta de conhecimento sobre o assunto, o escritor, teólogo, filósofo e frade dominicano, Frei Betto, resolveu escrever uma cartilha, cujo objetivo é difundir o respeito à mulher e aos membros da comunidade LGBTTI (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros e intersexuais).

Já na introdução o autor afirma que a cartilha pode ser lida individualmente, “mas foi escrita para ser lida em comunidade- na família, na escola, na igreja, no sindicato, na associação, no grupo de amigas ou amigos, enfim, em uma roda social na qual se possa debater os temas aqui abordados”.

Ela aborda temas atuais que exigem reflexão e aprofundamento como a homossexualidade, o casamento homoafetivo, a orientação sexual e o que são teoria e “ideologia de gênero”.

Como o patriarcalismo, o preconceito homofóbico e o machismo ainda são predominantes no país, impedem que temas relacionados à sexo, sexualidade e gênero sejam tratados com o devido respeito e seriedade que merecem. Famílias se apavoram com o fato de ter um filho ou filha homossexual, outros preferem até ver o filho morto a vê-lo namorando outro homem. Quando o que na verdade deveria preocupar essas pessoas é se seus filhos e filhas são pessoas honestas, solidárias, que pensam no bem comum e que não estão preocupadas apenas com seus próprios umbigos ou se consta, ou não em listas de pessoas que usam o dinheiro público em benefício próprio.

A cartilha é dividida em capítulos onde explica, em linguagem clara, o que é diversidade de gênero, “ideologia de gêneros” e identidade de gênero. Fala sobre os preconceitos que matam, modelo de família, conquistas e direito, direito de ser diferente, a Igreja e a diversidade sexual, a atitude de Jesus e Jesus e as relações de gêneros.

Leve, de leitura rápida e fácil, Frei Betto inicia falando sobre “ideologia de gêneros” e identidade de gênero em forma de diálogos, como a “Conversa de Comadres”, a “Conversa no Quintal de Casa” ou a “Conversa entre Irmãos” onde Maria e Marta, Zé e Maria e por fim, João e Marta trocam ideias e informações de maneira coloquial e natural.

No capítulo “Família o Único Modelo?” temos a “Conversa na mesa do Almoço” entre Zé e Maria falando sobre o assunto e a “Conversa no Banco da Praça”, entre João e Maria falando sobre o assunto.
Ao final de cada capítulo o autor coloca alguns questionamentos para provocar o debate e enriquecer a discussão.

A cartilha é uma iniciativa para superar os preconceitos e falta de informação, fazendo “sair do armário” esses temas que merecem ser enfocados à luz dos ensinamentos e da Bíblia.

Quando fala sobre a “ideologia de gênero” explica que foi criada no ambiente da Igreja na década de 90 para combater as teorias de gênero e que a tese propagava “a ideia equivocada de que o conceito científico de gênero é mera ideologia, sem base na realidade, como se não existissem gays, lésbicas, travestis, etc”. E a compara a outra ideologia, a racista, que “difunde a ideia de que existem diferentes raças e, entre elas, a branca é superior”.

Semeador de palavras, Frei Betto sabe juntar as letras de maneira primorosa, nos presenteando sempre com textos vibrantes, interessantes e que nos enriquecem.

Com certeza a leitura dessa cartilha deixará todos nós mais esclarecidos e preparados para levar esse conhecimento a outras pessoas que ainda não tenham se inteirado sobre essas questões.

A cartilha pode ser adquirida através do e-mail:[email protected].
Leia também o artigo de Frei Betto Ideologia de gênero: http://jornaloporta-voz.blogspot.com/2016/03/ideologia-de-genero.html

Obs: A autora é jornalista, blogueira e Assessora de Comunicação do IDHeC – Instituto Dom Helder Camara.
Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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