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Paris é a única cidade do mundo, onde poderei voltar mil vezes e ela sempre me surpreenderá. Seja qual for a estação do ano, é uma festa contínua para os olhos, reencontrar a velha e coquete senhora sorridente e acolhedora, seja com chuva ou sol. Igual ao o amor guardado no fundo do nosso coração: quando se repete nos faz ver estrelas. Nesta primavera de 2012 eu a encontrei friorenta e molhada. Chuva, muita chuva. A noite gelada quase não nos permitia caminhar pelas ruas. O jeito era entrar num café, saborear um Calvados, esquentar o corpo e a alma para depois seguir debaixo da fria garoa. Uma multidão portando guarda-chuvas, botas elegantes, envoltos em pesados mantôs e écharpes coloridas. As opções que a cidade oferece são múltiplas: teatros, shows, cinemas, concertos nas igrejas, o que nos permite um aconchego quente e acolhedor. A chuva impiedosa cai e nós continuamos a passear, quase dançando, como no velho filme hollywoodiano. E num passe de mágica, no outro dia o sol aparece reinando num belo e infinito céu azul. Todos nos alegramos e vamos às ruas. O que acontece? A temperatura está baixíssima. É o paraíso refrigerado. As faces coradas dos passantes, o riso alegre das crianças, sempre em fila para visitas aos museus e praças, que de repente se cobrem de flores e verde. Ah! Que beleza o Jardin des Plantes! As Tulheries, o Luxemburgo! Canteiros cobertos de tulipas nas mais variadas cores. miguets, rosas, crisântemos. Um caleidoscópio que deslumbra os nossos olhos. Recomendo aos notívagos um jantar no Le Procope, um dos mais antigos restaurantes de Paris no coração do Quartier Latin, que permanece fiel ao bom gosto e charme do passado, com belas gravuras, móveis, lustres e fotografias de figuras famosas da literatura e da política. O Bateau Mouche, agora totalmente renovado nos transporta através do velho Sena num passeio nostálgico cuja beleza não cansamos de admirar. Paris renova a alma e o coração dos turistas. Nunca é demais revistá-la em qualquer época do ano. Paris, abril de 2012.

Obs: Imagem enviada pela autora.