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A juventude católica do mundo inteiro tem encontro marcado no Rio de Janeiro de 23 a 28 de julho próximo, para a Jornada Mundial da Juventude, sob a presidência do Papa Francisco. Este ano foi declarado para a Igreja do Brasil o “Ano da Juventude”.

É hora de perguntar- nos: Mas, afinal o que é juventude? O que é esta juventude que está aí, nascida na última década do século passado? A juventude dos tablets, que passa o dia , com os fones de ouvido, ligados às músicas de seu gosto, que eles baixaram  (download) do seu Ipad, onde estão armazenadas as canções de sua preferência, ou estão  telefonando de seus iphones, smartphones e mais meios de comunicação?

A juventude é a passagem de uma fase da vida, com dificuldade classificada cronologicamente. Há jovens-velhos e velhos-jovens. Conheço homem de mais de 80 anos, que usa Ipad, smartphone, twitter, facebook e outros recursos da chamada nova tecnologia. No mundo sempre houve jovens. É evidente. Mas o específico do mundo de hoje é a chamada “aceleração da história”. Esta é a novidade. É a precipitação da evolução, que coloca o jovem em posição especial, original, e põe em xeque os valores tradicionais, defendidos pelas gerações passadas. Numericamente, tem havido nas últimas décadas uma explosão de juventude, sobretudo nos países sub-desenvolvidos ou emergentes. Socialmente, criou-se o fenômeno da ascensão do poder jovem, que constitui hoje  verdadeira classe social. Sintoma: na Europa do século 18 os jovens, imitando Luís 15 de França, usavam perucas brancas. Hoje, os velhos pintam os cabelos de preto…Apontam-se como causa desse fenômeno: o acesso à universidade das classes menos favorecidas, com a consequente democratização da cultura; a criação de lideranças jovens; o tardio engajamento dos jovens no mundo do trabalho e da família – casamentos com a idade cada vez mais avançada.

E agora, a pergunta: Haverá uma Igreja jovem? A Igreja precisa dos jovens, de sua sinceridade, de sua generosidade, do seu desejo de viver em grupos¸ da renovação, de que eles são portadores. Há riscos para a ação pastoral no tratar com os jovens: o primeiro é querer “macaquear” os jovens – ser em tudo igual a eles: outro, é falar só o que eles querem ouvir – não é diálogo, nem formação, é pura imitação; outro ainda, é a preocupação de agradar a todo custo, destruindo a sinceridade e a autenticidade da mensagem de Cristo.

Tratando dos jovens de hoje diante do compromisso da consagração religiosa, o reitor-mor dos Salesianos, Pe. Pascual Chavez, em documento deste mês de maio, assim se expressou: “Hoje, nós nos encontramos com um jovem culturalmente novo, caracterizado pela dificuldade de optar e de considerar determinada opção como definitiva, pela falta de coragem para o sofrimento e a luta. O  jovem de hoje sente a necessidade da afirmação de si  mesmo no plano profissional e econômico; deseja independência e, ao mesmo tempo, proteção. Vive o analfabetismo da fé e uma experiência pobre de vida cristã.” Numa avaliação mais positiva, continua o Padre Chavez: “Ao lado destes aspectos de fragilidade, os jovens apresentam recursos e capacidades positivas: a busca de relações interpessoais significativas, a atenção à afetividade, a disponibilidade e generosidade no trabalho gratuito e no voluntariado, a sinceridade e a busca de autenticidade.”

O Superior da Família Salesiana resume nessas palavras o que se poderia dizer do jovem de hoje, frente aos desafios que a vida vai colocar diante dele. 18.06.13

Obs: O autor é arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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