Sessenta e sete anos já se passaram… e não te vejo mais…meu pai querido! Tenho vagas recordações… Você sentado em frente ao piano, tocando uma música ou trabalhando numa máquina de costura que o teu ofício exigia… Ou ainda me carregando ao colo para espantar alguns dos meus pesadelos noturnos … e quem sabe , improvisando no grande quintal da casa onde morávamos, uma espécie de “parque infantil ” ou circo para brincar com os teus seis, cinco filhos… éramos pobres, mas felizes… O tempo foi cruel, levando primeiro a minha mãe e meses depois nos roubando você de uma forma violenta por demais! Lembro-me ,na véspera da tua partida , cheguei a te dar boa noite e te pedir a benção… estavas trabalhando, encomenda urgente a ser entregue o quanto antes…não sabia nos meus nove anos que era a última vez que te falava…
Cada vez que surgia uma dificuldade lembro-me da tua figura forte dizendo: “pra frente é que se anda!” Frase que guardo no meu peito e procuro vivê-la no meu dia a dia! Obrigada papai por essas lembranças não tão vagas mas tão fortes que deixaste no meu coração!

Obs: Imagem enviada pela autora

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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