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Com olhos abertos e consciência cristã, mantenhamos a esperança viva. Diante da grave situação quem vivem nossos povos na cidade, no meio rural; grave situação, também nos municípios vizinhos e em toda a Amazônia, em fim, diante da grave crise social, econômica e política que vivem os povos do Brasil. Não podemos desesperar. Mesmo vendo, ouvindo e sentindo as consequências de governantes irresponsáveis, juízes injustos, presidente ilegítimo destruindo compromissos com nossos direitos. Mesmo assim, precisamos manter os olhos abertos e a consciência firme. É verdade que diante dessa situação criminosa, somos tentados a cair no comodismo, ou no desânimo total. Cair nisso é imitar a avestruz, que diante do perigo prefere enterrar a cabeça na areia para não ver a desgraça.

Não podemos perder a esperança, especialmente nós cristãos. Daí a necessidade de identificarmos alguns sinais positivos, que nem tudo está perdido. Assim agia Jesus de Nazaré na Galileia, quando a situação daquele país era terrível, com invasão dos romanos e submissão hipócrita dos doutores da lei e sacerdotes. Alguns sinais de esperança existem. Na semana que passou, indignados manifestantes foram às ruas de Santarém, denunciar a irresponsabilidade do prefeito municipal. Ele que prometeu tanto aos pobres da periferia, hoje entrega a gestão do hospital municipal a uma empresa privada. Outro sinal aconteceu na aldeia Munduruku do médio Tapajós, onde dezenas de jovens munduruku se reuniram para agir em defesa de seu território, ameaçado pelo projeto maldito da hidroelétrica em São Luiz do Tapajós. Tal projeto ameaça suas terras e todos os moradores do rio Tapajós. Dois sinais de esperança aconteceram em Murui no Lago Grande do Curuai e na comunidade Maguari do baixo Tapajós. Nessas duas comunidades moradores discutiram e se comprometeram a defender suas vidas e de seus filhos, ameaçados por projetos empresariais e de governos irresponsáveis.

Como esses, certamente estão acontecendo outros sinais de vida e de esperança para nos fortalecer. Não está fácil, mas não é impossível mudarmos a vida. Se a democracia brasileira está jogada no lixo, se os políticos e governantes ignoram as populações trabalhadoras e pobres, mesmo assim há caminhos para mudança. Dia 5 de outubro será dia de um passo firme neste rumo. Primeiro, botando fora da política todos candidatos corruptos, ou incompetentes que já assumiram algum cargo público e pouco ou nada fizeram pelo bem do povo. Riscar de nossa lita de votos todos que apoiaram e ainda apoiam a ditadura de Michel Temer, os que votaram destruindo as leis trabalhistas e prejudicando a aposentadoria dos trabalhadores.

Precisamos riscar de nossa lista de votos, candidatos que apoiam a construção de portos da EMBRAPS no Maicá e se calam diante das agressões dos venenos agrícolas nas plantações de soja e outros produtos. Também vamos excluir da lista, candidatos que nunca se colocaram contra os perversos projetos hidroelétricos no rio Cupari e no rio Tapajós. Estes são alguns exemplos que nos ajudarão a manter a esperança de mudança em nossa região e nosso país. É preciso recuperar nossos direitos roubados pela ditadura, o esvaziamento do SUS, o corte de verbas para as universidades, a invasão de grilagem nas terras indígenas, entre outros.

Nossa esperança depende de Deus e de nós, pois Povo Unido é o braço e a força de Deus, povo unido e consciente é a libertação de Deus. Concorda?

Obs: O autor é membro da organização da Caravana 2016
Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhã? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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