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Era uma vez
um país continental livre, verde e sol,
povoado por seres de poesia e sonho.

Quando eles, os outros, chegaram,
fizeram barulho quando lá desceram de suas naves marítimas.
e gritaram novas ordens, e disseram prisão
onde antes era liberdade e vastidão.
E instalaram um dragão
dono da mais absoluta fome,
um monstro, de três cabeças,
uma, sedenta de matérias,
outra, de ideias,
e a terceira, de possibilidades.

Dragou rios,
devorou vegetações várias,
detonou minérios,
comeu futuros e promessas
e regurgitou vidas animais de todas as espécies.

E não aplacada sua fome imensa,
começou a engolir sonhos e futuros.

Passados mais de 500 anos,
sua sede e fome são coisas de outro mundo.
E tudo porque ele não é do continente,
trouxeram-no de fora,
por isso, essa fome que nunca foi aplacada.

E as bocas dos que lá sobraram
confusas, se dividem entre
as que gritam fome
e as que sussurram esquecimento.

Obs: Imagem enviada pelo autor. 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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