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O Brasil está na Copa do Mundo! Seria um absurdo deixar de lado o tema, embora este articulista tenha poucas credenciais para falar sobre futebol. Apenas torço pelo Estrela do Norte, em Cachoeiro de Itapemirim, e pelo Vasco da Gama, no Rio. Em Cachoeiro escolhi o Estrela porque meu pai era estrelense. No Rio o Vasco porque, quando criança, ganhei de minha Mãe um time de botão com as cores do Vasco.

Bela escolha fez o povo brasileiro ao fazer do futebol o esporte nacional!
O futebol exige cooperação. Bom jogador é aquele que trabalha em conjunto com os demais, é aquele que, diante da possibilidade de fazer um gol, cede a glória a companheiro melhor posicionado na linha de frente e cujo chute certeiro marcará o placar.

No futebol os pobres têm possibilidade de êxito. Basta um modesto campo e uma bola para que meninos comecem a jogar. O futebol floresce na periferia das cidades, no interior agreste, em territórios esquecidos. Não existem preconceitos raciais no futebol.

Quisera que, neste país, onde o futebol é universal, também fosse universal a educação, a saúde, o trabalho, a habitação, a previdência social. Quisera que essa fraternidade, que o futebol cria, fosse fraternidade para a vida cotidiana. Se é possível alcançar a fraternidade através do futebol, certamente será possível atingir a fraternidade por outros caminhos.

Quando a seleção faz um gol, um só grito, uma só emoção, um só riso, uma só lágrima une o país de norte a sul juntando-se à alma dos patrícios que, nos mais diversos recantos do universo, no solo, no ar, no mar, acompanham as partidas.

A todos os brasileiros deve ser proporcionada a oportunidade de assistir aos jogos do Brasil. Os que estão privados da capacidade de ver, por serem cegos ou porque os olhos estão trabalhando na hora dos embates, pelo menos ouçam as transmissões. Os que estão privados da possibilidade de ouvir, por serem surdos ou porque o ouvido está ocupado, vejam as partidas. Aos que se encontram internados nas enfermarias gerais dos hospitais seja assegurado o acesso a uma televisão, de modo que possam coletivamente presenciar os jogos. Que nos asilos que acolhem idosos, que nos estabelecimentos onde se encontram crianças ou adolescentes, que em todos os espaços onde se segregam pessoas, os jogos do Brasil, como oposto da segregação, sejam uma senha de integração. Os presos devem poder assistir aos jogos do Brasil na Copa. É um dos poucos momentos em que eles se sentem integrados à nacionalidade. Privar os presos de ver os jogos é aumentar seu sentimento de revolta. Deve ser buscada a reinserção dos presos à sociedade e não aprofundar o abismo que os separa da comunidade.

Obs: O autor é magistrado aposentado (ES), escritor, professor, palestrante.
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