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Pensando ainda na Jornada Mundial da Juventude, de 23 a 28 do próximo julho, no Rio, vamos considerar citações de alguns autores sobre o fenômeno “Juventude”.

O Livro dos Provérbios na Bíblia ensina: “Orgulho dos jovens é seu vigor, como os cabelos brancos são a honra dos anciãos” (Cap. 20, v. 29). Cristina da Suécia parece-me radical: ”Todo fraco é velho, todo forte é jovem.” Já Benjamin Disraeli mostra-se bem mais otimista: ”Quase tudo o que é grande foi levado a cabo pela juventude” (Coningsby, 3,1). E é o mesmo Disraeli, que em outro texto confirma: “Os jovens de uma nação são os depositários da posteridade”(Sybil, 6,13). Disse Goethe: “A juventude quer mais ser estimulada que instruída” (Warheit und Dichtung). Nos Pensées de J. Joubert, encontramos esta opinião pessimista: “As paixões da juventude tornam-se vícios na velhice” (7, 17). Mais simpático me parece I. Nievo quando diz no 2º capítulo de suas Confissões de um octogenário: “A juventude é o paraíso da vida, a alegria é a juventude eterna do espírito.” Panzini, em seu Santippa diz com ironia: “A divina juventude sempre acreditou, e ainda hoje acredita, que é muito fácil remover o mundo”. Artur Von Platen, autor alemão do século 19, sentencia em seu Gedichte: “A ancianidade pondera com cuidado as coisas e mede seu alcance; a juventude diz: é assim – e pronto!” Já Samuel Ullman diz com sabedoria: “Youth is not a time of life; it is a state of mind” – o que seria em português: “A juventude não é um tempo da vida; é um estado de espírito.”

Mas interessa-nos ouvir um educador da juventude de hoje em nosso país. É o Padre Gildásio Mendes, salesiano, reitor da Universidade Católica de Campo Grande. Sob o título “Protagonismo juvenil na cultura midiática”, no Boletim Salesiano de março último, ele tece oportunos e valiosos comentários. Diz ele: “ Os jovens cresceram com a internet, com as novas tecnologias e estão tendo controle das redes sociais. Deixam de ler jornais impressos para navegar nos sites, para criar, remodelar, montar, editar, socializar em rede. Têm dificuldade de pensar de modo linear e cartesiano. Os jovens utilizam linguagens digitais (imagem, som, interatividade) e as redes como novos conceitos e enciclopédias de informação. Não existe protagonismo juvenil, sem o reconhecimento da nova linguagem por eles usada.” E mais adiante, conclui: “Os jovens conhecem e dominam as novas linguagens da mídia mais que os próprios pais e educadores. Filhos dos novos tempos, eles vivem imersos na nova ambiência midiática de modo natural, seja no conhecimento e domínio da linguagem da nova mídia, seja no modo de participar da Igreja e do desenvolvimento econômico, político, social e ambiental.”

Fica-nos a inquietante interrogação: “Como educar os jovens de nosso tempo? Como formá-los na fé e no conhecimento de Cristo, com a pertença à Igreja?” Esperamos alguma resposta para essa inquietude pastoral na próxima Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. (25.05.13)

Obs: O autor é arcebispo emérito de Maceió.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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