No entardecer do monte da purificação
uma cruz entre outras cruzes
clama perdão ao Pai num grito de entrega final.
Um silêncio profundo perpassa o universo.
Outras cruzes com Cristos crucificados
continuam sendo depositadas ao redor
do patíbulo da redação da humanidade –
Cristo crucificado.
Cruzes de
fome,
violência institucionalizada,
guerra e vítimas inocentes,
morte prematura,
solidão e abandono,
intolerância racial e religiosa,
injustiça e marginalidade,
discriminação sexual,
utopias sociais esfaceladas,
enfrentamentos aparentemente derrotados…
Talvez nem sexta, nem sábado e nem domingo sejam dias santos,
mas estejam manchados do sangue e da crueldade
das lanças do extermínio dos pecadores:
nós e outros mais.
Será Senhor Jesus que diante dessa desolação
e da prepotência dos sacerdotes e discípulos do poder da morte
seria pedir-te muito:
ressuscita conosco
na aurora da festa da vitória dos pobres e humildes,
irmanados no projeto de libertação e vida plena,
queimados no sol da liberdade dos filhos de Deus.
Páscoa – passagem – esperança – vida nova – vitória da vida!
(01.04.2018 – 18:27h – Caxias/MA)