Como gerir a rivalidade e a violência entre os seres humanos?

Entre tantas ameaças, algumas das quais Já tocamos ao introduzirmos esta reflexão, como enfrentar e vencê-las? O Manifesto Convivialista afirma que “a humanidade permanece ainda incapaz de resolver seu problema essencial: como gerir a rivalidade e a violência entre os seres humanos? Como incitá-los a cooperar, permitindo-lhes ao mesmo tempo se opor sem se massacrar? Como criar obstáculos à acumulação de poder, de agora em diante ilimitada e potencialmente autodestrutiva, sobre os homens e sobre a natureza? Se a humanidade não souber rapidamente responder a essa questão, ela desaparecerá. Muito embora todas as condições materiais estejam reunidas para que ela prospere, contato que tomemos definitivamente consciência de suas finitudes”.

O Manifesto aponta que a humanidade já dispõe de muitas manifestações e elementos de resposta a estas interrogações: “Aqueles que sustentaram ao longo de séculos as religiões, as morais, as doutrinas políticas, a filosofia e as ciências humanas e sociais. E as iniciativas que seguem no sentido de uma alternativa à organização atual do mundo são inumeráveis, produzidas por dezenas de milhares de organizações ou associações e por dezenas ou centenas de milhões de pessoas.

Essas iniciativas se apresentam sob nomes, sob formas ou em escalas infinitamente variadas: a defesa dos direitos do homem, do cidadão, do trabalhador, do desempregado, da mulher ou das crianças; a economia social e solidária com todas suas componentes: as cooperativas de produção ou de consumo, o mutualismo, o comércio justo, as moedas paralelas ou complementares, os sistemas de troca local, as diversas associações de apoio mútuo; a economia da contribuição digital (…); o decrescimento e o pós-desenvolvimento; os movimentos slow food, slow town, slow science; a reivindicação do bem viver, a afirmação dos direitos da natureza e o elogio à pachamama; o altermundialismo (globalização), a ecologia política e a democracia radical, (…) a busca por indicadores de riqueza alternativos, os movimentos de transformação pessoal, de simplicidade voluntária, de abundância frugal, de diálogo de civilizações” e tantos outros.

Mas é necessário destacar que “para que essas iniciativas tão ricas possam se contrapor, com força suficiente, às dinâmicas mortíferas de nosso tempo e para que elas não sejam confinadas a um papel de simples contestação ou de atenuação, torna-se crucial reunir suas forças e suas energias, daí a importância de destacar e nomear o que elas têm em comum. É a perspectiva convivialista que busca viabilizar “uma arte de viver juntos que habilita os humanos a cuidar um dos outros e da Natureza, que valorize a cooperação e permita se opor sem se massacrar. Seria nefasta construir uma sociedade ignora o conflito, pois este existe em toda sociedade de deste todos os tempos.

O conceito de convivialidade, ganha legitimação publica com Ivan Illich (1926-2002), pensador austríaco, um dos grandes profetas do sec. XX, com a publicação do livro ‘A convivialidade’ (1975). Ele foi um dos grandes pensadores proféticos do século XX.

A aposta que se faz de agora em diante é o que se busca desde o início da história da humanidade, diz o Manifesto: um fundamento sólido, ao mesmo tempo ético, econômico, ecológico, político e espiritual, para conviver juntos, ou seja, a convivialidade pacifica e respeitosa. Necessitamos de esperanças acordadas relacionada com a pessoa (a ética), a comunidade e sociedade (a politica), em relação a natureza (a ecologia), com o sobrenatural (espiritualidade, religião) ou ao bem-estar material (a economia).

Obs: Texto retirado http://www.a12.com/redacaoa12/pe-leo-pessini

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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