A mais antiga universidade dos Estados Unidos a Harvard University, criada em 1636, se não fosse uma escola seria a terceira maior fortuna do mundo. Seu patrimônio é de US$ 25,39 bilhões. Mas não fique senhores/senhoras leitores/leitoras apenas lamentando, achando que o nosso governo não investe do modo que a nossa Universidade Brasileira precisa, o que também é verdade, mas por trás dessa fabulosa fortuna há milhares de americanos e estrangeiros, ex-alunos, empresários e fundações que além de ajudarem esta respeitada instituição, também são provedores do seu crescimento. Vejamos só: nos últimos quatro anos o seu crescimento, só em mercado de ações, foi de 29%.

Em 2005 as doações para o Harvard College foram de US$ 80 milhões o que significa algo em torno de R$ 170 milhões. Os recursos envolvidos naquela Universidade no ano de 2005 foram de US$ 2,8 bilhões o que corresponde a quase três vezes o orçamento anual de todas as universidades federais brasileiras. Desse gasto anual em Harvard, 31% advêm do rendimento das doações já feitas.

Caros leitores, pasmem: só uma doação efetuada pelo banqueiro John Loeb e da sua mulher, Frances Loeb, importou em US$ 72 milhões. E sabem qual a homenagem prestada aos doadores pela Universidade? O nome de Frances Loeb à biblioteca da sua faculdade de design.

Isto sim é que é acreditar no trabalho de uma universidade, pois segundo o diretor de comunicação do Departamento de Relações com ex-alunos, Andy Triedmann, o fato da possibilidade de dedução no imposto de renda, conforme a lei vigente naquele país assegura aos doares, “é o fator motivador menos importante nos Estados Unidos”. O que parece motivar é acredita na boa administração dos recursos que são doados e a certeza que haverá um benefício para a comunidade. Diz o Triedmann: “O trabalho de Harvard de ensinar as próximas gerações de líderes e de produzir conhecimento é muito importante. Muitas pessoas se preocupam com isso desejam ajudar a universidade a manter-se nessa dupla missão”.

Destaca-se ainda que a Universidade de Harvard encontra-se em primeiro lugar na lista das 10 faculdades que mais formam bilionários no mundo. A mesma apresenta, nessa lista, 52 bilionários entre seus ex-alunos. Dentre dos mais de 360 mil que a mesma já formou, 3.130 estão no ranking dos super-ricos.

O homem mais rico do Brasil, cujo patrimônio líquido encontra-se nos 25,1 bilhões de dólares em 2018, segundo o ranking da Forbes, trata-se de Jorge Paulo Lemann, que formou-se em economia por Harvard.

Fato merecedor de destaque é que, se for somada a fortuna dos bilionários que se formaram em Harvard, têm-se a fantástica casa dos 205 bilhões de dólares.

No Brasil, no Sudeste maravilha, já ocorrem algumas iniciativas no sentido de doações a instituições de ensino, onde empresário como Antônio Ermírio de Moraes, Armínio Fraga, Roberto Simonsem, Olavo Setúbal já têm contribuído, como no IBMEC (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) em São Paulo, onde colaboram em torno de 50 empresários denominados de “Amigos do IBMEC”, mas e nossa região Nordeste?

Até mesmo através dos Fundos Setoriais, que foram criado a partir de 1999, que captavam recursos de empresas públicas e/ou privadas que contribuíram com o governo, recursos estes que representaram um acréscimo de R$ 1 bilhão por ano no orçamento da união para C & T, a região Nordeste só pode dispor, no mínimo, 30% (por lei) e alguns ainda quiseram transformar em “até” 30% vejam só.

Esses recursos foram para garantir investimentos sólidos e permanentes na pesquisa científica e tecnológica do país, contudo muito ainda precisa ser realizado, pois as dificuldades para atingirmos este patamar são inúmeras.

Precisamos formas mais pesquisadores, para conseguirmos mais recursos, mas precisamos também de mais empresários sensibilizados com as causas científicas e sociais. É necessário demonstrar a sociedade, principalmente aos empresários, que há anos nossas universidades já estão inseridas no estudo das cadeias produtivas regionais, procurando solucionas os problemas que interferem no desenvolvimento das mesmas podendo assim contribuir também como o desenvolvimento do país.

Nós pesquisadores devemos urgentemente trazer a sociedade para CONHECER a universidade. Não só os nossos alunos, professores e técnicos administrativos devem conhecer a universidade, mas também as empresas que possam contribuir e usufruir das pesquisas desta prestimosa instituição.

Podemos e devemos sonhar, Harvard é uma cultura a ser perseguida.

Obs: O autor, Prof. Dr. Rômulo José Vieira é Acadêmico da Academia de Ciências do Piauí; Acadêmico da Academia de Medicina Veterinária do Piauí; Acadêmico correspondente da Academia de Medicina Veterinária do Ceará; Acadêmico correspondente da Academia Pernambucana de Medicina Veterinária.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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