Quando expressamos nosso desejo de renovação eclesial em profundidade, facilmente lembramos a experiência de Pentecostes, vivida pelos apóstolos reunidos em cenáculo com Maria e os primeiros discípulos. E dizemos que seria necessário a Igreja passar por um novo Pentecostes.
Quem usava muito esta expressão era o Papa João 23, agora declarado santo. Ao convocar um concílio para “colocar em dia a Igreja”, afirmava que os tempos eram propícios para que acontecesse um “novo pentecostes”, que reacendesse a chama da fé e da comunhão, para experimentar a partir daí um novo impulso missionário, diante de um mondo tão necessitado da força do Espírito Santo, como temos hoje.
Para dar forma a este impulso de renovação eclesial, ele convocou o Concílio Ecumênico Vaticano Segundo. Enquanto se realizava o Concílio, parecia evidente a ação de Deus guiando sua Igreja para os caminhos da renovação.
Passado o Concílio, foram dados passos importantes, no empenho da renovação, sobretudo na liturgia e na catequese. Mas em outros assuntos, muitas resistências brecam o impulso renovador da Igreja.
Agora Deus concedeu à sua Igreja o Papa Francisco. Desde o início do seu pontificado, se mostrou muito disposto a retomar este impulso renovador, começando por desafiar a Igreja a se tornar mais próxima ao povo, a abrir suas portas, tanto para sair e ir ao encontro das pessoas de hoje, como também para acolher com bondade e misericórdia todos os que ainda procuram a Igreja.
Seja como for, a festa de Pentecostes nos anima a valorizar o novo chamado à conversão, que o Papa Francisco não se cansa de apontar e estimular.
Temos muitos motivos para invocar as luzes do Espírito Santo na festa de Pentecostes.
Obs: O autor é Bispo Emérito de Jales.