Há quatro dias jazia Lázaro,
o corpo já não cheirava bem,
quando um aglomerado se acercou da cova
para ver o amigo que tão tarde vem.
Milagreiro, mestre, irmão, deus poderoso,
homem verdadeiro, Messias esperado
que no entanto, intimamente comovido,
chora, Jesus chora, desolado!
E de pé frente ao buraco lacrado
este jovem homem chama imperativo
é a voz do dono: levanta-te e vem!
Erguer-se então o morto de eternidade
acrescido!
E todo dia esta voz nos chama:
Levanta mente inerte molemente
adormecida,
Ergue-te desta cova cômoda e macia
E luta pela infinita dignidade da vida!
Obs: A autora formada em Artes Plásticas, pela UFPE, desenvolve em cima de técnicas de desenho, pintura e gravura seu corpo de obra, pensando um campo pictórico de convivência entre texto e forma.
Tem cinco livros publicados sendo um de desenhos e três de poemas, publicados em três coletâneas e um poema premiado com o segundo lugar no concurso de poesia do SINTEPE – 2010. A autora também ilustra livros infantis e é ilustradora científica do laboratório de morfotaxonomia do CCB-UFPE