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1. DOMINGO DA DIVINA LIBERDADE
Marcos 2,23 – 3,6

Todo tempo é tempo de amar, fazer o bem, defender e promover a Vida. Essa é a única, verdadeira e essencial tarefa de todo ser humano e, com maior razão, do cristão, da cristã, de quem segue Aquele que deu a vida para que os espoliados e excluídos tenham vida e vida em plenitude, isto é, tenham o direito de viver com dignidade e serem felizes. Essa é a Lei de Ouro.

Toda lei que venha de algum modo impedir a vida de nascer, crescer e expandir-se, perde sentido e valor diante desta Lei Áurea.

E o Domingo é o dia de celebrar esta liberdade, a liberdade dos que são livres para servir à Vida, sobretudo à vida ameaçada ou oprimida. Isso, sim, é sagrado, é coisa de Deus, é a trama e a essência do Mistério Pascal, e, portanto, a inspiração maior do nosso canto e motivo supremo de nossa ação de graças.

– Não terá sido essa a razão maior da luta dos Caminhoneiros Autônomos?… Poderem abastecer seus veículos em condições de lucrarem o mínimo de que precisam para viverem com dignidade e serem felizes com suas famílias?…

– Não é essa a razão maior da luta dos Petroleiros, ao exigirem que o petróleo e a PETROBRÁS sejam “nossos”, e sirvam, antes de tudo, ao povo brasileiro, aos interesses do nosso país, à Saúde e à Educação, ao bem-estar do povo brasileiro, sobretudo da Classe Trabalhadora e dos empobrecidos, e não ao lucro desmedido das grandes empresas petroleiras internacionais?…

– Não é por essa razão que estamos indignados contra a “Reforma Trabalhista”, destruidora dos Direitos conquistados pelas lutas da Classe Trabalhadora?…

– Não será essa a razão maior da nossa luta para que haja eleições este ano, e LULA possa se candidatar, como esperança de mudança e de dias melhores para os Trabalhadores e Trabalhadoras e para o povo empobrecido deste país?…

A VIDA, A FELICIDADE DO POVO É A CAUSA DE DEUS, E NOSSA ÚNICA CAUSA!

aleluia! aleluia! aleluia! aleluia! Aleluia!

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JESUS
A serviço da vida

<<Jesus, o Bom Pastor, quer comunicar-nos a sua vida e colocar-se a serviço da vida. Vemos como ele se aproxima do cego no caminho (cf. Mc 10,46-52), quando dignifica a samaritana (cf. Jo 4,7-26), quando cura os enfermos (cf. Mt 11,2-6), quando alimenta o povo faminto (cf. Mc 6,30-44), quando liberta os endemoninhados (cf. Mc 5,1-20). Em seu Reino de vida, Jesus inclui a todos: come e bebe com os pecadores (cf. Mc 2,16), sem se importar que o tratem como comilão e bêbado (cf. Mt 11,19); toca com as mãos os leprosos (cf. Lc 5,13), deixa que uma prostituta lhe unja os pés (cf. Lc 7,36-50) e, de noite, recebe Nicodemos para convidá-lo a nascer de novo (cf. Jo 3,1-15). Igualmente, convida seus discípulos à reconciliação (cf. Mt 5,24, ao amor pelos inimigos (cf. Mt 5,44) e a optarem pelos mais pobres (cf. Lc 14,15-24).

Em sua Palavra e em todos os sacramentos, Jesus nos oferece um alimento para o caminho. A Eucaristia é o centro vital do universo, capaz de saciar a fome de vida e felicidade: “Aquele que se alimenta de mim, viverá por mim” (Jo 6,57). Nesse banquete feliz, participamos da vida eterna e, assim, nossa existência cotidiana se converte em Missa prolongada. Porém, todos os dons de Deus requerem disposição adequada para que possam produzir frutos de mudança. Especialmente, exigem de nós espírito comunitário, que abramos os olhos para reconhecê-lo e servi-lo nos mais pobres. “No mais humilde encontramos o próprio Jesus” (DCE, 15). Por isso São João Crisóstomo exortava: “Querem em verdade honrar o corpo de Cristo? Não consintam que esteja nu. Não o honrem no templo com mantos de seda, enquanto fora o deixam passar frio e nudez” >> (Doc. de Aparecida 353-354).

* * * * *

Como tudo isso tem a ver com a conjuntura que estamos atraves-sando!

Será da máxima importância as Comunidades Eclesiais de Base, as Pastorais Sociais e todas as expres-sões de Igreja estarem mobilizadas para a reflexão, para a oração e para a ação, encarando os desafios que estão postos, realmente, como coisa sua… como oportunidade única, no sentido de se renovarem e relançarem, na força do Espírito, engajando-se, junto com todos os Movimentos Sociais Populares, na luta por Direitos e na implementação de um novo projeto de país. Há 53 anos, a CONSTITUIÇÃO PASTORAL SOBRE A IGREJA NO MUNDO DE HOJE (1965), há 50 anos, as CONCLU-SÕES DE MEDELLÍN (6.09.1968), e agora, Papa Francisco, a isso nos impulsionam.

2. DOMINGO DA FAMÍLIA DE JESUS
Marcos 3,20-35

A fama de Jesus era tal, a repercussão do que ele fazia e dizia era tamanha, que o povo não o largava.
Ele e os discípulos já não conseguiam sequer parar para comer.
Os parentes achavam que ele tinha perdido a cabeça.
Os inimigos o acusavam de possesso do demônio.
Os que tinham fome e sede de justiça estavam ali, ao redor dele, o tempo todo, aonde ele fosse, quais ovelhas sedentas em busca da fonte, à beira do poço.
Aos que se opõem à evidência da verdade de suas atitudes, da sua ação, de suas palavras, Jesus alerta para o pecado maior de fechar-se ao Espírito de Deus. É um pecado sem perdão!
Aos que querem segurá-lo pelos cuidados ditados pelo “sangue”, pelos interesses de família, ele deixa bem claro: seus irmãos, suas irmãs, sua mãe, são os que fazem a vontade de Deus.

Nossas assembleias dominicais são de gente desse tipo?… Nosso canto celebra esta busca sincera e prazerosa da face de Deus, a sua santa vontade, seu projeto de vida e libertação?…

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Os dias correm depressa e numa grande incerteza… Quem pode imaginar o que ocorrerá com esse país até o final deste ano?…
Se há uma esperança essa se encontra nos grupos de pessoas que, conscientes dos problemas, buscam discernir saídas e soluções que digam respeito ao bem de todo o povo e, em primeiro lugar, de quem mais precisa. Discernimento, é o primeiro passo. Fazer escolhas certas e generosas, pensando no Bem Comum, na Classe Trabalhadora, é do que mais se precisa. Assumir compromissos e cair em campo, arregaçando as mangas, inclusive, correndo riscos, é o que urge.
Sindicalistas, militantes dos Movimentos Sociais Populares, Grupos de Fé e Política, não será essa gente quem, hoje, Jesus reconhece como sua família?…

Sua mãe, seus irmãos vêm procurá-lo.
Aos que ‘stão à sua volta anuncia:
Quem pratica a vontade do meu Deus,
Este é meu irmão, minha família!

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Papa Francisco: ATIVIDADE E SANTIDADE

25. Dado que não se pode conceber Cristo sem o Reino que Ele veio trazer, também a tua missão é inseparável da construção do Reino: «procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça» (Mt 6, 33). A tua identificação com Cristo e os seus desígnios requer o compromisso de construíres, com Ele, este Reino de amor, justiça e paz para todos. O próprio Cristo quer vivê-lo contigo em todos os esforços ou renúncias que isso implique e também nas alegrias e na fecundidade que te proporcione. Por isso, não te santificarás sem te entregares de corpo e alma, dando o melhor de ti neste compromisso. 26. Não é saudável amar o silêncio e esquivar o encontro com o outro, desejar o repouso e rejeitar a atividade, buscar a oração e menosprezar o serviço. Tudo pode ser recebido e integrado como parte da própria vida neste mundo, entrando a fazer parte do caminho de santificação. Somos chamados a viver a contemplação mesmo no meio da ação, e santificamo-nos no exercício responsável e generoso da nossa missão.

3ª. Exortação Apostólica de Papa Francisco <<ALEGRAI-VOS E EXULTAI”, sobre a SANTIDADE>>

3. DOMINGO DAS SEMENTES DO REINO
Marcos 4,26-34

JESUS, depois de surpreender seus ouvintes, domingo passado, a respeito de quem é sua família, em nosso encontro de hoje, ele vai nos surpreender sobre “os limites” e “processos” do Reino de Deus.

Após séculos de cristandade, vivemos hoje um tempo de “diáspora”. Mesmo no “Continente Católico”, ou no “maior país católico do mundo”, ser católico, ser cristão, é sempre menos um fato sociológico, cultural ou “natural”… É sempre mais uma questão de opção, pessoal…

Infelizmente, há ainda quem curta a ilusão de certo triunfalismo religioso de uma Igreja voltada para si mesma, para a pompa dos ritos e a imponência das “autoridades religiosas”.

Mass, a alegria, o prazer de ser cristão, de ser cristã, hoje, precisaria resultar muito mais de um olhar humilde, capaz de perceber os sinais do Reino de Deus no cotidiano das pessoas, dos mais simples, especialmente lá onde a preocupação com o outro é vivida de muitas maneiras e com imensa generosidade…

A alegria, o prazer de ser cristão, de ser cristã, hoje, poderá resultar muito bem, hoje, daquilo que Papa Francisco denomina como “globalização da solidariedade”, ao percebermos os esforços de mobilização, organização e ação dos que acreditam que “um outro mundo é possível”.

Somente essa percepção mais profunda e ampla dos sinais do Reino é que nos dará fôlego para honestamente cantar “os cânticos do Senhor”, mesmo que seja em terra estranha, “na beira dos rios de Babilônia” (Sl 137).

É tempo de COPA DO MUNDO! E se ouvirá “de um povo heroico o brado retumbante”: Gôooooooooooooooooool!
Por força do sonho maior do HEXA, colorida de verde e amarelo por todos os cantos e recantos, ressurge e se afirma a “brasilidade”, a identidade de um povo que parece resumir-se a torcer pela Seleção Canarinha de 4 em 4 anos.
Nesse clima de euforia esportiva, quem terá olhos para ver as verdadeiras cores de um país que está se construindo pelas mãos dos pequenos agricultores da Agricultura Familiar… pelas lutas dos Sem Teto e dos Sem Terra, dos Petroleiros da PETROBRÁS e dos Servidores da USP … pela resistência das Comunidades dos Povos Nativos e dos Quilombolas?… Quem terá ouvidos para ouvir o brado dos que clamam no acampamento de Curitiba: “LULA LIVRE!”?… Temos o olhar e o ouvir de JESUS?…

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MANIFESTO AO POVO BRASILEIRO
“Há dois meses estou preso, injustamente, sem ter cometido crime nenhum. Há dois meses estou impedido de percorrer o País que amo, levando a mensagem de esperança num Brasil melhor e mais justo, com oportunidades para todos, como sempre fiz em 45 anos de vida pública.
Fui privado de conviver diariamente com meus filhos e minha filha, meus netos e netas, minha bisneta, meus amigos e companheiros. Mas não tenho dúvida de que me puseram aqui para me impedir de conviver com minha grande família: o povo brasileiro. Isso é o que mais me angustia, pois sei que, do lado de fora, a cada dia mais e mais famílias voltam a viver nas ruas, abandonadas pelo estado que deveria protegê-las.
De onde me encontro, quero renovar a mensagem de fé no Brasil e em nosso povo. Juntos, soubemos superar momentos difíceis, graves crises econômicas, políticas e sociais. Juntos, no meu governo, vencemos a fome, o desemprego, a recessão, as enormes pressões do capital internacional e de seus representantes no País. Juntos, reduzimos a secular doença da desigualdade social que marcou a formação do Brasil: o genocídio dos indígenas, a escravidão dos negros e a exploração dos trabalhadores da cidade e do campo. (… …)
Tenho certeza que podemos reconstruir este País e voltar a sonhar com uma grande nação. Isso é o que me anima a seguir lutando. (leia o texto inteiro) (Luís Inácio Lula da Silva – Curitba, 08.06.18 – )

Obs: Reginaldo Veloso de Araújo é Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Morro da Conceição e Adjacências, Recife-PE. 
Compositor litúrgico, com diversos CDs gravados pela COMEP/Paulinas e pela PAULUS
Assistente adjunto do Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC-NE2
Assessor pedagógico do Movimento de Adolescente e crianças – MAC e do PROAC
Membro da Equipe de Reflexão sobre Música Litúrgica do Setor de Liturgia da CNBB
Mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana – PUG (Roma, 1962)
Mestrado em História da Igreja, pela PUG (Roma, 1965).

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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